O diagnóstico do tipo de cálculo renal é importante para o planejamento do tratamento do paciente portador de litíase renal (kidney lithiasis). Por isso, devem ser tomadas medidas preventivas para que não ocorra a recorrência da doença. Ao diagnóstico inicial, muitos pacientes já possuem outros cálculos dentro dos rins, no chamado sistema coletor urinário. Portanto, estes pacientes poderão apresentar futuras crises de cólica nefrética – nephretic colic (cólica renal).

Nunca esquecer que a maioria dos portadores de cálculos renais não apresentam doença renal e sim, uma doença metabólica que causa a formação de cálculos renais. 

Cólica renal

A dor ocorre durante a expulsão do cálculo pelo uréter, ou seja, órgão que conduz a urina dos rins a bexiga. Portanto, raramente é causada quando o cálculo renal esta dentro do rim. Somente quem teve uma cólica nefrética pode saber o quanto doe para expulsar um cálculo renal. Portanto, reconhecer os fatores de risco para evitar sua recidiva é absolutamente importante ao paciente. Você precisa saber.

Cabe ao médico especialista procurar esclarecer sua composição. Desta maneira, as medidas clínicas poderão ajudá-lo na sua profilaxia, ou seja, para impedir a formação de outros cálculos renais.

A doença na maioria das vezes não é uma doença renal e sim, metabólica. Com isso, quero dizer que são produtos finais do metabolismo que são excretados pela urina que favorecem sua formação. Entenda mais sobre cálculo renal.

Tipos de cálculos renais

Há vários tipos de cálculos e por isso, são dependentes da sua constituição química, sendo o mais frequente, em 80% dos casos, o de oxalato de cálcio.

Cálculos que contém cálcio:

  • oxalato de cálcio monohidratado, dihidratado hexahidatado (menos duros que os monohidratados) e carbonato de cálcio.

Cálculos que contenham fosfato:

  • magnésio amônio fosfato, fosfato de cálcio básico, cálcio hidroxil fosfato, carbonato apatita fosfato e cálcio hidrogênio fosfato

Cálculos de ácido úrico e urato:

  • ácido úrico, ácido úrico dihidratado e amônio urato

Cálculos de origem genética:

  • cistina, xantina e 2,8-dihidroxiadenina

Cálculo por uso de drogas:

  • indinavir (droga que era usada no tratamento do HIV), sulfonamida e claritomicina

Cálculos renais mistos

A sua composição do cálculo renal se relaciona com a sua identificação pelos meios de imagem. assim, os cálculos que contém cálcio são radiopacos, os de fosfato são pobremente radiopacos (e cistina) e os genéticos/por drogas são radiotransparentes na radiografia simples.

Todavia, a tomografia computadorizada apenas não identifica os cálculos de indinavir, ou seja, droga antiga que era usada no tratamento do HIV, no sistema excretor urinário. A tomografia é o exame reconhecido como padrão ouro e deve ser feito sem contraste na emergência.

Fatores de risco do cálculo renal

Os fatores de risco relacionados ao paciente são classificados em:

  • hereditário,
  • adquirido,
  • anatômico
  • e metabólico.

A sua pesquisa é baseada na análise do cálculo após sua eliminação, exames do sangue e da urina colhida durante 24 horas. Por isso, são imprescindível para planejamento das estratégias de prevenção.

Os produtos metabólicos gerados no organismo produzem o ambiente relacionado a formação do cálculo, predispondo portanto a cristalização inicial do cálculo renal. Assim, estes elementos eliminados na urina em maior concentração na urina predispõem a sua gênese.

Fatores de risco renais:

  1. baixo volume urinário (pacientes que vivem desidratados),
  2. persistência do pH urinário ácido ou alcalino,
  3. hipercalciúria,
  4. hiperoxalatúria,
  5. hiperuricosúria,
  6. hipocitratúria
  7. hipomagnesúria.

O estilo de vida e alimentação estão diretamente relacionadas a formação dos cálculos:

  1. obesidade-diabetes e síndrome metabólicametabolic syndrome (hipertensão arterial, glicemia, triglicérides elevados, HDL baixo (homens menos que 40mg/dl e nas mulheres menos do que 50mg/dl) e obesidade central (circunferência da cintura superior a 88 cm na mulher e 102 cm no homem),
  2. diminuição do volume de água ingerida/desidratação,
  3. dieta pobre em fibras,
  4. dieta rica em proteína,
  5. dieta rica em sal,
  6. dieta rica em carbohidrato,
  7. dieta rica em oxalato, alto/baixo consumo de cálcio, estresse e vida sedentária. Saiba mais sobre a melhor dieta.

Beber água para profilaxia

Nosso país tropical deve-se beber normalmente mais água do que refere os Guidelines das sociedade urológicas. Dizem que se deve beber 2,5 litros. Assim, deve-se beber água para que toda micção a urina apresente uma coloração amarelo clara, indicando que o organismo está bem hidratado. Portanto, o parâmetro para boa hidratação é estar urinando claro. Saiba mais em tratamento do cálculo renal.

Quem tem cálculo renal deve urinar uma urina clara, se não estiver clara o paciente deve beber mais água para se hidratar. Isto reduz 20% das recidivas.

Finalizando, a identificação dos fatores de risco dos pacientes são fundamentais para que possamos planejar o tratamento para impedir a recidiva dos cálculos renais, ou seja sua prevenção do cálculo renal (prevention). Saiba mais sobre prevenção do cálculo renal.

Contudo, caso você queira saber mais sobre esta e outras doenças do trato gênito-urinário acesse a nossa área de conteúdo para pacientes para entender e ganhar conhecimentos. A cultura sempre faz a diferença. Você vai se surpreender!

Referência

https://uroweb.org/guideline/urolithiasis/#3

https://www.drfranciscofonseca.com.br/bkp-2021/tag/dieta-para-calculo-renal/