A cistoscopia é um exame endoscópico urológico, onde um aparelho mostra o aspecto visual da uretra peniana, da prostática e por fim da bexiga. É usado um soro fisiológico que distende a uretra e bexiga. Desta forma se avalia o trato urinário inferior, podendo ser avaliada a bexiga em situação vazia e durante o seu enchimento total. Por isso pode ser detectado lesões vegetantes, (que crescem para dentro da bexiga na forma de tumor), de corpos estranhos, presença de cálculos vesicais, processos inflamatórios e edematosos, etc.
A visualização endoscópica melhorou ao longos dos últimos 20 anos, com a melhoria das lentes dos aparelhos de cistoscopia, com maior magnificação e também pela introdução de meios para que a imagem fosse transferida para um vídeo. Este avanço permitiu que não só o cirurgião pudesse ver o que está ocorrendo como toda a equipe da sala de cirurgia. Desta forma, se pode discutir os achados com outros colegas e até para o próprio paciente, conforme o tipo de anestesia aplicado, em tempo real. Portanto, estes avanços facilitaram a captação das imagens, que hoje em dia podem inclusive ser gravadas. Assim, pode-se inclusive ser discutidas no consultório posteriormente com o paciente e familiares.
A indicação da cistoscopia deve ser feita com cuidado e com precisão, já que é um exame invasivo. Em países desenvolvidos e com maior disponibilidade de matérias endoscópicos pode ser feito no consultório médico, uma vez que pode ser feito com anestesia local. Aqui no nosso meio, o uso do cistoscópio flexível é pouco usado, uma vez que estes aparelhos são mais caros. O cistoscópio rígido é o mais utilizado, por ter maior durabilidade e comprados por um valor menor.
Algumas indicações mais frequentes, com ou sem biopsia endoscópica são:
A indicação da cistoscopia deve ser feita com cautela, pois como explicado é um exame invasivo. Entretanto, em algumas situações são imprescindíveis como na suspeita da presença de um câncer próprio da bexiga ou de tumores que apresente invasão loco-regional. Assim, a biopsia define o tipo histológico para posterior planejamento do seu tratamento.
Algumas situações que pode ser indicado, mas com extrema cautela e inclusive com cobertura de antibióticos de amplo espectro. Em alguns casos, o paciente pode estar infectado. Assim, se pode indicar para que possa ser feita uma drenagem local das coleções infectadas e inclusive com lavagem com soro fisiológico da bexiga. Geralmente é indicado em pacientes com obstrução do trato urinário superior que se encontram obstrutivos, é a chamada pionefrose. Nestes pacientes, a cistoscopia deve ser a menos traumática possível e realizada com estrema delicadeza para não causa ferimento dos epitélios urinários. O risco é a infecção invadir o sistema sanguíneo, causando a septicemia. Outras vezes, pode ser realizadas pequenas intervenções para abertura da uretra que esteja estreitada (estenose de uretra), para depois ser passado o cistoscópio para avaliação interna da bexiga.
Finalizando, a cistoscopia é uma arma que deve ser usada para que muitos diagnósticos urológicos sejam definidos. Desta maneira, os tratamentos possam ser iniciados com a resolução de anormalidades do trato gênito-urinário. Mais ainda, serve ainda para acompanhamento de alguns tipos de tratamentos empregados. O urologista deve ter pleno conhecimento das doenças urológica para que a indicação da cistoscopia seja bem definida e indicada.
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