Déficit de testosterona e consequências

O déficit de testosterona pode ser causado por distúrbios hipotalâmicos, hipofisários, testiculares ou de órgãos-alvo, de origem congênita ou adquirida.

O déficit de testosterona ou deficiência de testosterona pode ser causado por distúrbios hipotalâmicos, hipofisários, testiculares ou de órgãos-alvo, que podem ser de origem congênita ou adquirida. Desta maneira, o hipotálamo e a hipófise são as glândulas centrais que comando as outras glândulas endócrinas do organismo.

Hipogonadismo primário e secundário

Ele causa diminuição das duas funções dos testículos, ou seja na produção de espermatóides e da testosterona. Assim, geralmente, essas anormalidades ocorrem por:

  • doenças dos testículos (hipogonadismo primário) ou
  • doenças do hipotálamo ou da hipófise (hipogonadismo secundário).

Déficit de testosterona masculino é síndrome clínica causada pela queda dos níveis séricos de testosterona. Particularmente, ele é um hormônio esteróide com múltiplas funções fisiológicas para regulação do metabolismo de carboidratos, proteínas e lipídeos. Por isso, a testosterona regula o crescimento muscular, o metabolismo ósseo e cerebral, a eritropoese, as funções hepáticas, o endotélio, os pêlos e cabelos, a função e inibição da adipogênese.

A testosterona e a 5-alfa-redutase

A testosterona é convertida em diidrotestosterona para sua ação nos órgãos genitais, inclusive na próstata e outros órgãos alvo como onde existem receptores da testosterona (pêlos, barba, cordas vocálicas, etc).

O uso do inibidor de 5-alfa-redutase impede esta conversão e é usado para tratar a hiperplasia benigna da próstata. Existem dois tipos de drogas hoje usadas para esta finalidade, a finasterida e o dutasterida. Contudo, o segundo é mais eficiente porque inibe os dois tipos de inibidores da 5-alfa-redutase. Desta maneira, após um mês pode causar diminuição do volume da próstata e por consequência pode desobstruir a uretra prostática que passa por dentro da próstata. Por isso, em 30 a 40% dos casos pode aliviar a passagem da urina pela próstata, deixando o jato mais livre, contínuo e forte.

Mais ações da testosterona

Entretanto, sua ação vai muito mais além disso. A testosterona por exemplo pode atuar diretamente ou em receptores no músculo estriado, inclusive no miocárdio. Sua ação estimula o crescimento muscular, deixando-o mais forte na sua contração contrátil. Desta maneira, afeta a massa muscular magra e a força motora dos músculos estriados. Contudo, atua sistemicamente e positivamente no metabolismo de carboidratos, proteínas e lipídeos.

A déficit de testosterona e o envelhecimento

A média da testosterona total em estudo americano mostrou que homens com menos de 25, 25-29, 30-34, 35-39, 40-44, 45-49, 50-54, 55-64, 65-74, 75-84 anos é 697, 637, 597, 567, 597, 525, 518, 524, 471, 376 ng/dL, respectivamente. Além disso, e da mesma maneira há queda progressiva da testosterona livre de 123 pg/mL aos 25-34 anos para 54 pg/mL aos 85-100 anos. Por outro lado, há aumento progressivo da proteína carreadora de testosterona (SHBG).

Muitos homens podem estar com níveis de testosterona abaixo do considerado normal para a idade e por isso pode interferir negativamente para a queda do vigor sexual, físico e mental.

Princípio da reposição de testosterona

A normalização da testosterona em paciente com déficit de testosterona masculino melhora os mecanismos do metabolismo interno, causando nítida melhora clínica, sobretudo na sua qualidade de vida.

Definição do déficit de testosterona

Há uma diferença que deve ser esclarecida sobre deficiência de testosterona e baixa de testosterona. A Associação Americana de Urologia aceita que o homem tem testosterona baixa quando ela estiver menor que 300 ng/dL e confirmada por uma segunda medição matinal em dias distintos. Tal recomendação é por consequência muito importante, principalmente para pacientes com níveis limítrofes. Como regra geral, quando a clínica é importante, a comprovação da dosagem de testosterona é na maioria dos casos muito baixa. Assim, alguns paciente podem relatar os fogachos característico da andropausa masculina.

Contudo, a défict de testosterona é confirmada, quando houver sintomas associados a baixa de testosterona.

Sinais e sintomas do hipogonadismo

Os sintomas e sinais mais importantes são: cansaço, inclusive ao acordar, baixa energia, diminuição da resistência e força física, perda muscular, obesidade central, irritabilidade, disfunção erétil, inclusive com diminuição das ereções matinais e da libido. Contudo, os sintomas mais importantes na clínica do hipogonadismo para suspeita do diagnóstico de baixa de testosterona são os três últimos. Assim, as queixas clínicas que mais preocupam os pacientes e que o fazem procurar o urologista são relacionadas a dificuldade para manter a ereção e a queda da libido.

Além disso, é extremamente importante conhecer os remédios de uso diário, pois muitos podem causar o hipogonadismo. As vezes, mais de um podem ser os responsáveis pela queixa do paciente. Consequentemente, em alguns casos sua substituição ou mesmo parada do seu uso podem restabelecer o aumento da testosterona.

Metas do tratamento

As metas da reposição da testosterona são:

– Subir a testosterona para a normalidade da idade do paciente. De maneira geral, entre 450 a 600 ng/dL.

– Além disso, deve ocorrer o desaparecimento dos sintomas clínicos.

Classificação clínica do deficiência de testosterona

1. Primárias, causadas por insuficiência testicular;

2. Secundárias, causadas por disfunções hipotalâmicas-hipofisárias;

3. Hipogonadismo de início tardio;

4. Hipogonadismo devido à insensibilidade dos receptores androgênicos.

Mecanismos de ação da testosterona

A testosterona tem efeitos biológicos diferentes e atua como três hormônios:

1.         Pode agir diretamente nos órgãos com receptores de andrógenos.

2.         Pode atuar em tecidos que expressam a enzima 5?-redutase, via conversão em dihidrotestosterona. Além disso, ela se liga mais avidamente ao receptor de andrógenos, sendo três vezes mais potente que a testosterona.

3.         Pode atuar como estrogênio após a conversão pela aromatase em estradiol, que se liga ao receptor de estrogênio.

Concluindo sobre o déficit de testosterona,

O conhecimento da ação da testosterona é importante para que se possa atuar ativamente no tratamento das doenças que são causadas diretamente pela sua deficiência ou em doenças que estejam associadas ao déficit de testosterona ou hipogonadismo. Portanto, sua reposição é fundamental para resolver vários problemas clínicos que acontecem na vida do homem em diferentes fases da sua vida. Todavia, a testosterona não causa aumento do diagnóstico de câncer de próstata nos pacientes que a utilizam.

Por consequência, o diagnóstico da déficit de testosterona ou deficiência de testosterona pode melhorar a homeostase (equilíbrio) do nosso organismo, podendo devolver a saúde em vários aspectos causados pelos baixos níveis de testosterona. Geralmente, o tratamento é realizado com estímulo com remédios orais para restabelecer as funções dos testículos.

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Referências

https://www.auanet.org/guidelines/testosterone-deficiency-guideline

https://www.drfranciscofonseca.com.br/importancia-da-testosterona-para-saude/