O câncer de próstata de muito baixo risco é detectado quando o paciente realiza exames para detecção precoce do câncer de próstata. Geralmente, estes pacientes são assintomáticos, ou seja, não relatam dor ou sintomas miccionais. Todavia, podem apresentar sinais e sintomas urinários relacionados ao trato urinário inferior (LUTS). A doença está confinada na próstata e não apresenta metástase ou seja, o quando o câncer saiu do seu órgão de origem e está em outro. Geralmente, estes pacientes nunca apresentarão metástases durante sua evolução, mesmo que seguidos por mais de 10 anos.

Este artigo tem como objetivo mostrar como você pode ser tratado conforme a classificação do risco do câncer do câncer de próstata. Este artigo foram gerados conforme o pensamento de muitos especialistas em uro-oncologia sobre o assunto (NCCN, National Comprehensive Cancer Network). Para tal, se reuniram para criar as estratégias de tratamento conforme a classificação de risco da doença. O que é descrito agora, o câncer de próstata de muito baixo risco é o que apresenta a evolução mais favorável. Nestes casos, provavelmente jamais causará a morte pelo câncer do seu portador.

Aparecimento clínico do câncer de próstata

O câncer de próstata acomete geralmente pacientes com mais de 60 anos. Portanto, os sintomas, quando ocorrem são relacionados à hipertrofia benigna da próstata, o HPB. Este geralmente começa após os 25 anos de idade na zona transicional da próstata. No HPB é comum aparecer sintomas urinários, que estão relacionados com o crescimento da próstata, comum com o envelhecimento. Uma doença pode acompanhar a outra, mas são completamente diferentes uma da outra. O paciente pode ser tratado do HPB, sem a necessidade de tratar o câncer de próstata de baixo risco. O câncer de próstata começa em 75% das vezes na zona periférica da próstata.

Classificação do câncer de próstata de muito baixo risco

O câncer de próstata de muito baixo risco é classificado quando preenche todas as seguintes características e sem exceção. Portanto, todas tem que estar presentes:

  • Estadio clínico T1c (câncer foi detectado apenas pelo PSA elevado para a idade do paciente, volume de próstata ou aumento subido do PSA sem infecção do trato urinário que justifique seu aumento). O toque retal ou exame digital da próstata é normal, portanto, sem nódulo endurecido e
  • Grupo grau 1 (o escore de Gleason menor ou igual a 6 na biopsia de próstata) e
  • PSA <10 ng/mL e
  • Menos de 3 fragmentos da biopsia de próstata do total realizado foram positivos, sendo que, quando positivo o fragmento tem menos de 50% de câncer em cada uma das biópsias positivas. Atualmente, se realiza biopsia de próstata para o diagnóstico histológico do adenocarcinoma com no mínimo de 12 fragmentos e
  • Densidade do PSA menor que 0,15 ng/mL/g (é descoberta dividindo o PSA total pelo volume da próstata medida pelo ultrassom transretal).

Anatomopatológico com escore de Gleason 2-6

O paciente é classificado como escore de Gleason 2-6, na biopsia, portanto do grupo grau 1. Portanto, quando o câncer de próstata ainda se assemelha muito com a glândula normal. Porém, possue alterações celulares compatíveis com câncer, principalmente a invasão da lâmina basal da glândula prostática:

  • clinicamente, o câncer de próstata de muito baixo risco cresce e se espalha localmente muito lentamente. Raramente, podem causar metástase. Se o câncer é pequeno, muitos anos podem levar para se tornar um problema. Então, você pode nunca precisar tratar o câncer.

A estratégia de tratamento deve ser discutida conforme a sua expectativa de vida. Assim, a expectativa de vida está relacionada a sua idade e também depende de outras doenças clínicas associadas. As vezes, doenças como a hipertensão arterial sistêmica, diabetes mellitus, coronariopatia e outras podem apresentar mais risco para sua vida do que o câncer de próstata diagnosticado.

Condutas de tratamento do câncer de próstata de muito baixo risco

Anos de expectativa de vida Quais são as opções de tratamento
Menor de 10 anos Observação
De 10 a 20 anos Active surveillance (ou Vigilância ativa)
Mais de 20 anos Active surveillance
Radioterapia
Radioterapia externa
Braquiterapia
Tratamento cirúrgico
Prostatectomia radical

Os testes para seguimento dos pacientes colocados em observação são o PSA e toque retal cada 6-12 meses. Os paciente em active surveillance ou vigilância ativa são:

  • PSA não mais do que a cada 6 meses, se necessário
  • Toque retal não mais do que a cada 6 meses, se necessário
  • Biopsia de próstata não mais do que a cada 12 meses, se necessário
  • Considerar a ressonância nuclear magnética multiparamétrica para confirmar o estadio e grau do câncer, se PSA aumentar e biopsia de próstata para comprovar que o câncer não cresceu ou mudou de agressividade

A biopsia de próstata deve ser repetida se ocorrer com aumento significativo do PSA, mudança do toque retal e quando a ressonância nuclear magnética multiparamétrica mostrar maior agressividade da doença. As vezes, nos pacientes colocados em observação, mesmo com uma possível progressão local da doença, não precisam ser submetidos a biopsia de próstata. A biopsia tem suas complicações!

A vigilância ativa no câncer de próstata de muito baixo risco

Os pacientes colocados em observação ou em active surveillance podem inicialmente ficar preocupados. Então, devem ser seguidos com PSA mensalmente para que eles se sintam seguros que nada está mudando. Quando entendem que nada está tudo bem, eles se sentem confiantes da conduta tomada. Caso ocorra alguma mudança de agressividade ou crescimento, você ainda estará numa situação que o tratamento instituído deve curá-lo.

Os pacientes submetidos a radioterapia ou prostatectomia são seguidos com PSA apenas e dosado cada 6-12 meses. Geralmente, mais de 95% destes pacientes ficam curados. Porém, estes tratamentos podem causar certo desconforto inicial, que depois se acomodam. Assim, a recuperação da continência urinária é mais rápida que a eréctil, mas normalmente ficam bem depois dos 6 meses. A expertise do cirurgião faz a diferença para os resultados funcionais da cirurgia.

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Referência

https://www.nccn.org/professionals/physician_gls/pdf/prostate.pdf

https://www.nccn.org/patients/guidelines/prostate/2/index.html