Pedra no rim (cálculo renal) é a doença provocada pela produção de cristais que são eliminados na urina, em decorrência da dieta e do metabolismo interno. Quando ocorre um excesso de cristais na urina, acontece a supersaturação e os cristais vão se agregando para a sua formação. A doença pode ter um caráter recidivante, ou seja, voltar com os mesmos sintomas e dor em cólica muitas vezes ao longo da vida. Saiba mais sobre cálculo renal recidivante.
Existem muitos tipos de cálculos, com diferentes cores e formatos. Geralmente a pedra no rim é causada por alteração metabólica sistêmica, portanto, não é uma doença renal, embora existam cálculos renais relacionados à doença dos túbulos renais e doenças genéticas raras, como cistinúria e oxalatúria primária.
Ocorre de 2-3 vezes mais em homens que mulheres, com pico de incidência entre a 4a e 6a décadas de vida. É mais frequente nas regiões de clima quente e seco, ou seja, no verão. Da mesma maneira, ocorre mais nos trabalhadores expostos à ambientes quentes, sendo por isso, importante doença ocupacional. Está associada com o aumento do IMC, diabetes mellitus e síndrome metabólica.
A pedra no rim dentro do sistema coletor urinário raramente causa dor. A cólica renal é uma das piores dores relatadas e indica a passagem do cálculo pelo ureter. O ureter leva a urina dos rins para a abexiga. Pode ocorrer dor lombar e no flanco tipo cólica, hematúria, ou seja, sangramento urinário micro ou macroscópico, náusea e vômito.
Geralmente a pedra no rim pequena, menor que 5mm causa dor mais forte do que os maiores. A cólica nefrética acontece pela pressão causada durante a passagem da urina pelo ureter obstruído. Por isso, durante sua descida até a bexiga, causa distensão ureteral, e consequente hidronefrose, ou seja, dilatação do rim e dor.
O momento mais doloroso ocorre quando o pedra no rim tenta vencer a musculatura da bexiga dentro do ureter. Nesta fase ocorre dificuldade para urinar e urgência miccional. Uma vez na bexiga, geralmente a eliminação do cálculo pela uretra é indolor. Pode ocorrer febre e calafrios se houver infecção do trato urinário. Nesta situação, há pielonefrite calculosa, ou seja, a infecção bacteriana atingiu os rins obstruídos.
Há associação com antecedentes familiares, com desidratação, com altas temperaturas, etnia por maior incidência em pacientes da raça branca, obesidade (quanto maior o IMC, ou seja, o índice de massa corpórea, maior o risco de formação de cálculo e obstrução do trato urinário), acidose tubular renal, hiperparatireoidismo, hábitos alimentares inapropriados, sedentarismo, infecção do trato urinário causa cálculo de estruvita (principalmente em mulheres com infecção de repetição).
Mais ainda, distúrbios metabólicos, diabetes mellitus, uso de medicamentos como probenecide, losartana, salicilatos, inibidores de protease, consumo de vitamina C, inibidores da anidrase carbônica, suplementação de cálcio, quimioterapia, alteração do pH urinário, redução do volume urinário por desidratação, hiperoxalúria, hipocitratúria, hipomagnesúria, hiperuricosúria, cistunúria. Além disso, a imobilização prolongada, ressecção intestinal, doença intestinal inflamatória crônica causado de diarreia e no pós-operatório de cirurgia bariátrica pelo rápido emagrecimento.
Na fase aguda, o ultrassom pode informar sobre os rins, presença de cálculos no sistema coletor urinário, grau da dilatação ureteropielocalicial, ou seja hidronefrose e a localização dos cálculos no ureter proximal e distal e na bexiga.
Paciente com dor aguda testicular aguda, quando o cálculo obstrui o ureter proximal (é uma dor reflexa). A ultrassonografia pode revelar este diagnóstico. Entretanto, o padrão ouro do diagnóstico é a tomografia computadorizada sem contraste. Informa sobre tamanho, número, localização, além da sua densidade. Portanto, a conduta terapêutica, se clínica ou cirúrgica, é definida por esta informação.
Alguns tipos de cálculos podem ser tratados, ou seja, dissolvidos, com adequação da dieta e medicamentos. Portanto, podem ser eliminados espontaneamente ou caso contrário, removidos cirurgicamente. Sabendo-se qual é o tipo do cálculo pode-se planejar o tratamento clínico, principalmente para cálculos menores que 5mm, de ácido úrico ou cistina. Saiba mais sobre dieta e cálculo renal.
Cálculos maiores podem ficar impactados e causam hidronefrose, com ou sem dor, com destruição do parênquima renal. Estes cálculos devem ser removidos por ureteroscopia ou cirurgia percutânea renal. Contudo, casos com infecção do trato urinário concomitante deve-se drenar o sistema urinário para depois retirá-lo. Por isso é urgência médica, pois o paciente está sob risco de disseminação da infecção pelo organismo, chamada de septicemia. Portanto, quadro clínico muito grave e pode causar a morte.
Dependendo do tipo de cálculo renal, seu médico pode orientar dieta e medicamentos para acidificar ou alcalinizar a urina.
Saiba mais sobre dieta para cálculo renal e sobre cálculo renal recidivante.
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http://www.auanet.org/guidelines/medical-management-of-kidney-stones-(2014)