Prótese peniana - Quando o tratamento é indicado?
Implante de prótese peniana é a solução para pacientes portadores de disfunção erétil severa. Melhora a qualidade de vida destes pacientes.
Prótese peniana - Quando o tratamento é indicado?
O implante de prótese peniana é a solução para pacientes portadores de disfunção erétil severa. O seu implante pode melhora a qualidade de vida destes pacientes. Entenda como isso pode ser feito e seus resultados.
O que é disfunção erétil?
A disfunção erétil é a incapacidade de obter ou manter a ereção adequada para a penetração vaginal. Estima-se que até 20% dos homens apresentam queixas de entre moderada e grave. A disfunção erétil pode ocorrer a partir dos 40 anos. Entretanto, atinge até 70% dos homens com mais de 70 anos. A causa mais importante é o envelhecimento. Entretanto, doenças como hipertensão arterial e diabetes predispõe a disfunção erétil. Assim, ocorre em 50% dos pacientes com diabetes.
O processo fisiológico da ereção envolve o sistema nervoso parassimpático causando a liberação de óxido nítrico (NO) no corpo cavernoso do pênis. O NO se liga aos receptores da enzima guanilato ciclase o que resulta em níveis aumentados de guanosina monofosfato cíclico (GMPc), induzindo a musculatura lisa do corpo cavernoso ao relaxamento (causando vasodilatação), resultando num influxo maior de sangue, que é a causa da ereção.
Linhas de tratamento
A primeira linha de tratamento é realizada com drogas inibidoras seletivas da fosfodiesterase tipo 5 específica do GMPc (PDE5). Na segunda linha de tratamento utilizam-se drogas injetáveis.
O implante de prótese peniana é a terceira linha de tratamento da disfunção eréctil. É indicada a pacientes com resposta inadequadas nas duas primeiras ou eventualmente nos pacientes que não aceitam a auto-injeção peniana. Estima-se que a satisfação masculina e feminina após a cirurgia esteja em torno de 85%.
Estão disponíveis no mercado dois tipos de próteses penianas: as maleáveis e as infláveis de 2 e 3 volumes.
As próteses maleáveis são feitas de silicone semiflexível. Além disso, existem as articuladas. Estas próteses ocupam o corpo cavernoso deixando-os rígidos, mas se pode curvar o pênis para cima e para baixo. O paciente deve ter entender que ele terá seu pênis sempre rígido após a cirurgia.
A segunda, inflável, é um dispositivo hidráulico, é acionada pelo paciente no momento desejado para a atividade sexual. A cirurgia é mais complexa, mas tem os mesmos resultados. Assim, permite que o paciente tenha uma vida mais natural. Desta maneira, o paciente pode se despir em público, sem que seja reparado o dispositivo peniano. Por outro lado, ocorrem defeitos no mecanismo erétil em até 10 a 20% em 10 anos de seguimento.
As complicações se dividem nas relacionadas às condições anatômicas, clínicas do paciente, a cirurgia e experiência do cirurgião.
Complicações relacionadas ao paciente
Pacientes ansiosos, deprimidos ou com baixa auto estima podem ficar ainda mais perturbados após seu implante. Por isso, não ficam satisfeitos pela perda da naturalidade da ereção. Da mesma maneira, deve-se dar atenção as expectativas da parceria. A sexualidade é individual e vai se modificando com o envelhecimento.
As doenças comuns nestes pacientes devem estar bem controladas no pré-operatório. Em particular, o diabetes. As infecções pós-operatórias ocorrem em torno de 1-2%, porém nos diabéticos podem chegar a 10%.
Complicações relacionadas ao cirurgião e cuidados hospitalares
Os princípios de antissepsia no pré-operatório devem ser rigorosos. Medidas como tomar banho 2 horas antes da cirurgia. A tricotomia deve feita na sala cirúrgica com degermação do campo operatório. A antibioticoterapia prévia a indução anestésica e irrigação com antibiótico no procedimento são básicas para redução da infecção.
As complicações estão relacionadas principalmente com tempo prolongado da cirurgia e por profissionais com pouca experiência.
Alguns casos cursam com desvios da haste peniana causada por doenças, como as curvaturas congênitas e de Peyronie. Neste último caso pode exigir cirurgias mais complexas para sua resolução. Portanto, exige maior experiência para seu tratamento. Curvaturas pequenas podem ser definitivamente pelo implante da prótese. Entretanto, casos mais complexos, com curvaturas maiores que 40 graus devem ser realizadas por profissionais mais familiarizados com esta cirurgia.
Complicações relacionadas a prótese peniana
As principais durante a cirurgia estão relacionadas a instalação da prótese dentro do corpo cavernoso. Para evitar estas lesões é importante que a dilatação do corpo cavernoso seja cuidadosa. Assim deve-se passar os dilatadores com diâmetros sucessivos até o almejado para o largura do corpo cavernoso.
A prótese deve ser colocada sem tensão, ocupando toda extensão do corpo cavernoso. Além disso, deve-se evitar o desabamento da glande. A prótese não pode comprimir excessivamente o albugínea do corpo cavernoso.
As complicações intra-operatórias são: perfuração crural, uretral, do septo intra-cavernoso, da bexiga ou em alça intestinal. Esta última pode ocorrer em pacientes cistectomisados, ou seja sem bexiga. Ocorrendo perfuração uretral durante a dilatação deve-se abortar a cirurgia.
Complicações pós-operatórias da prótese peniana
As complicações mais frequentes são infecção do sítio cirúrgico e extrusão da prótese. Ambas, tratadas pela retirada da prótese e antibioticoterapia. As infeções podem ocorrer no pós-operatório imediato e até 2 anos após a cirurgia.
Quando alguma parte das próteses infláveis apresentam infecção, toda as partes da prótese são removidas. Até 25% dos pacientes podem apresentar dor após a instalação da prótese. Contudo, poucos casos vão exibir dor crônica para indicar sua remoção. Estes casos podem ser causados por infecção nos tecidos do corpo cavernoso. Além disso, pode ocorrer ruptura da próteses. Em tal situação, remove-se a prótese e se instala uma nova prótese no corpo cavernoso.
O que não fazer
Indicar a cirurgia sem uma minuciosa avaliação psicológica do paciente e da sua parceria sexual.
Realizar a cirurgia em pacientes com suspeita de infecção do trato urinário. Deve-se realizar o exame de urina I com cultura e antibiograma no pré-operatório.
Não realizar devidamente a rotina de antissepsia prévia e durante o procedimento cirúrgico.
Deve-se controlar as doenças clínicas no pré-operatório, principalmente o diabetes mellitus.
Não relatar que as próteses infláveis são mais sujeitas a defeitos mecânicos. Por isso, o paciente pode vir a sofrer nova cirurgia.
Restringir a indicação da prótese peniana a uma marca ou a um determinado fornecedor. Assim, não fornecer laudos com conteúdo inverídico, sem sustentação científica para que o paciente possa obtê-la por meio judicial.
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Referência
https://www.auanet.org/guidelines/male-sexual-dysfunction-erectile-dysfunction-(2018)