A Re-RTU do tumor de bexiga de alto grau é imprescindível no tratamento destes carcinomas. Os tumores de bexiga não-músculo invasivo são recidivantes, ou seja reaparecem novos pólipos na bexiga. Pode ocorrer no local operado e em outros locais do epitélio da bexiga. A recidiva (retorno do pólipo ou tumor papilífero na bexiga) pode ocorrer de 30 a 70% dos casos. O seu tratamento inicial é feito pela ressecção transuretral do tumor.
Muitas vezes, na cirurgia inicial como ocorre sangramento fica difícil avaliar bem o epitélio da bexiga. Não poucas vezes, ao se realizar a re-RTU do tumor de bexiga se observa novas lesões não identificada na cirurgia endoscópica inicial. A re-RTU do tumor de bexiga é feita de 4 a 6 semanas após a cirurgia inicial.
Os tumores vesicais não-músculo invasivos são representados por 3 grupos de tumores, os pTa, pT1 e CIS. Portanto, quando estão restritos ao urotélio ou quando invadem a membrana basal e atingem o córion da bexiga:
Os tumores de bexiga que atingem o músculo da bexiga, o detrusor, são chamados de tumor músculo-invasivos. Ou seja, estes tumores são iguais ou mais invasivos que o pT2. Estes casos podem atingir a gordura peri-vesical, depois do músculo detrussor, assim como, causar metástases linfonodais e a distância. Saiba mais sobre câncer de bexiga não músculo invasivo.
Sua indicação é importante para se firmar o estadiamento, ou seja, a extensão da neoplasia. Ela define se há outros tumores não removidos, pesquisa epitélio suspeito (CIS) e mostra a profundidade da ressecção. Desta maneira, se confirma ou não a invasão do músculo detrusor por carcinoma residual.
O câncer de bexiga é o quarto tumor mais frequente nos homens no mundo.
Os tumores de bexiga devem ser bem avaliados quanto a profundidade de invasão da parede da bexiga. A ressecção eficiente sempre deve mostrar o músculo próprio da bexiga. Quando a sua invasão estes pacientes são classificados de tumores invasivos e por isso, são tratados de maneira mais agressiva. Estes casos são geralmente tratados com a remoção da bexiga. Ou seja, pela cistectomia radical.
As sociedades internacionais de urologia comungam a mesma idéia. Elas fortemente sugerem para que seja indicada a re-RTU do tumor de bexiga em casos de alto risco. Os pacientes considerados para re-RTU após ressecção inicial do tumor de bexiga são:
Os pacientes confirmados do alto risco com carcinoma não-músculo invasivo devem receber imunoterapia com BCG. Desta maneira, ocorre aumento da sobrevida livre de recidiva e de progressão e também da câncer específica.
O tumor residual na re-TUR do tumor de bexiga foi encontrado em 17-67% dos pacientes após pTa e em 20-71% pata o pT1. A maioria dos tumores residuais (36-86%) foi encontrada no local original da ressecção. Por isso, a piora do estádio inicial ocorreu em 0-8% (pTa para pT1) e 0-32% (pT1 para pT2) dos casos.
Assim, dados conflitantes relatam o impacto da re-RTU do tumor de bexiga na recorrência subsequente e na mortalidade específica por câncer. Recorrência de pTa foi de 16% no grupo re-RTU versus 58% no grupo sem-RTU. Desta forma, para os pT1, a recorrência variou de 18% a 56%, mas nenhuma tendência clara foi identificada entre a RTU e o controle.
Todavia, a mortalidade geral foi ligeiramente reduzida no grupo re-RTU em dois estudos com controles (22-30% versus 26-36% [sem RTU]). Saiba mais sobre câncer do trato urinário superior.
Em conclusão, é importante realizar uma ressecção endoscópica perfeita. A re-RTU do tumor de bexiga define o correto estadiamento da doença. Portanto, é fundamental a confirmação do estádio correto para realizar o tratamento com BCG ou indicar a cistectomia radical.
O tumor residual é comum após RTU do tumor de bexiga em pacientes com câncer não-músculo invasivo de alto risco. Por isso, a re-RTU ajuda no diagnóstico do câncer residual e pode melhorar e evolução para cânceres inicialmente estadiados como pT1.
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https://uroweb.org/guideline/non-muscle-invasive-bladder-cancer/
http://www.auanet.org/guidelines/bladder-cancer-non-muscle-invasive-(2016)
https://www.drfranciscofonseca.com.br/o-que-voce-precisa-saber-sobre-cancer-de-bexiga/