Reposição hormonal masculina quando bem diagnosticada por sinais e sintomas e exames laboratoriais, deve ser tratada. Qualquer homem com queixa de baixa de energia, indisposição, cansaço, dificuldade para ter ereção, sonolência pode apresentar deficiência de testosterona até prova do contrário.
Os sinais e sintomas da deficiência de testosterona podem ser confundidos com outras doenças dos homens que estão envelhecendo. Assim, diabetes mellitus tipo 2, doença cardiovascular e a síndrome metabólica, definida pela resistência à insulina, obesidade, anormalidades lipídicas e hipertensão. Todas elas apresentam sintomas não específicos de cada uma destas doenças. Entretanto, doenças que afetam o sistema nervoso central podem causar diminuição acentuada da produção de testosterona. Saiba mais sobre a doenças associadas ao hipogonadismo.
A Sociedade internacional de Andrologia, a Sociedade Internacional para o Estudo do Envelhecimento Masculino (ISSAM) e a Sociedade Europeia de Urologia (EUA) determinaram os seguintes níveis de dosagem sanguínea da testosterona total e livre para considerar a reposição hormonal:
1. Níveis de testosterona total menor que 8 nmol/L (2,31 ng/mL) ou testosterona livre menor que 180 pmol/L (52 pg/mL) requerem reposição hormonal de testosterona
2. Níveis de testosterona total maior 12 nmol/L (3,46 ng/mL) ou testosterona livre maior que 250 pmol/mL (72 pg/mL) não requerem reposição hormonal de testosterona
3. A reposição de testosterona pode ser considerada em homens sintomáticos, com níveis de testosterona entre 8 e 12 nmol/mL. Assim sendo, um teste clínico para avaliar se ocorre melhora clínica dos sintomas relatados pelo paciente.
A testosterona baixa é fator de risco para diabetes e síndrome metabólica. Por isso, sua deficiência prediz risco de três vezes maior para desenvolver estas doenças em 8 anos.
A prevalência de baixa testosterona em homens com disfunção erétil foi estimada em 10-20%. Uma revisão de nove estudos com dosagem de testosterona em pacientes com disfunção erétil encontrou seus níveis menor que 10,4 nmol/L (3 ng/ml) em 14,7% dos 4.342 homens com mais de 50 anos. Saiba mais sobre testosterona e diabetes.
A reposição de testosterona tem impacto direto em várias doenças. Atua no metabolismo interno das células alvo do organismo, visto que age no metabolismo da glicose, proteína e gordura.
Portanto, a reposição baseada na clínica dos pacientes com baixos níveis de testosterona apresenta claro benefício nos seguintes aspectos:
1. Raciocínio, humor, inclusive melhora da depressão, energia e bem-estar
2. Composição corporal por aumento dos músculos e diminuição da gordura
3. Diminuição na circunferência da cintura, glicemia de jejum, diminuição da hemoglobina glicada e melhora dos níveis do colesterol (diminuição do colesterol, aumento do colesterol bom (HDL) e diminuição do colesterol ruim (LDL).
4. Melhora das coronárias pela dilatação coronariana.
Saiba mais sobre testosterona e o coração.
5. Melhora da densidade óssea, especialmente comprovada na densidade mineral óssea na coluna lombar
6. Melhora na função sexual, incluindo a motivação, pensamentos sexuais, função erétil e frequência de intercursos bem sucedidos.
7. Síndrome de deficiência de testosterona e doenças sistêmicas. Assim sendo, a reposição tem efeito benéfico em:
Além disso, parece ter efeitos positivos em pacientes com exposição a opióides, com câncer e portadores de artrite reumatóide.
A reposição hormonal pode ser feita por injeção intra-muscular de testosterona, com ação em torno de 3 meses. Assim como, por gel de testosterona de uso diário, aplicado nos braços. Entretanto, é contra-indicada a reposição de testosterona de curta duração por injeção porque ela promove pico de testosterona muito acima do normal. Nunca indicar reposição para quem tem nível sanguíneo de testosterona normal.
A reposição hormonal que prefiro é a mais fisiológica. É realizada com remédio oral e que praticamente não apresenta efeitos colaterais. Sua ação promove aumento do hormônio luteinizante na hipófise, que por sua vez age nos testículos, nas células de Leydig. Desta maneira, estas células produzem testosterona.
Assim sendo, pode inclusive aumentar o volume testicular. Deve ser tomado a noite para aumenta a testosterona de madrugada. Assim, ajuda nas ereções noturnas espontâneas, na fase REM do sono. Nesta fase, sonhamos e dura por volta de 2 horas.
O sucesso do tratamento ocorre em torno de 85-90% dos pacientes tratados. Entretanto, no seu insucesso, deve-se aplicar a reposição de testosterona injetável ou gel. A testosterona é fundamental para a boa função do nosso organismo. Por isso, o tratamento é contínuo e pelo resto da vida. Todavia, o tratamento por injeção de testosterona causa diminuição dos testículos.
Além disso, estudos confirmam que a reposição hormonal não induz o câncer de próstata.
Nunca deve ser oferecido testosterona oral. Por esta via, afetam o metabolismo hepático e por consequência, está relacionada com a gênese do câncer hepático.
Nunca oferecer a pacientes com nível de testosterona normal. O seu aumento supra fisiológico é deletério aos órgãos sensíveis à testosterona. Com consequente, dano ao organismo. Por isso, estes pacientes geralmente se tornam agressivos e explosivos, podendo ser causadores de atitudes indesejadas em sociedade. Além disso, são rotineiramente envolvidos em brigas de rua. Saiba mais benefícios da testosterona.
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Referência
http://www.issm.info/news/review-reports/who-would-benefit-from-testosterone-therapy/
https://www.drfranciscofonseca.com.br/importancia-da-testosterona-para-o-coracao/
https://www.drfranciscofonseca.com.br/testosterona-e-diabetes/