PSA, na sigla inglesa: Prostate Specific Antigen. É uma glicoproteína produzida pela célula prostática. É eliminada para a luz da glândula. O líquido seminal que é ejaculado, contém PSA, cuja função é liquefazer o sêmen. Tenha uma visão geral sobre o câncer de próstata.
Mais de 50 glândulas prostáticas drenam para a uretra prostática pelos seus ductos. O líquido seminal ejaculado é formado pela próstata e vesículas seminais e menos de 1% por espermatozoides. Assim, estes são produzido pelos testículos, amadurecido nos epidídimos e por fim lançados pelos ductos deferentes durante o orgasmo.
O PSA é dosado em mg no sêmen e no sangue em ng. O PSA é medido em grama no líquido seminal e em nanograma no sangue. Lembrando que:
1ng = 1 x 10-9 g (milionéssimo do g).
O que ocorre é um refluxo do PSA para o sangue que deveria ir para a luz da glândula. Isto ocorre quando há lesão na parede da célula prostática, causado por:
trauma, inflamação, infecção, proliferação benigna da próstata, conhecida por hiperplasia benigna da próstata ou câncer.
Vale lembrar que a meia vida do PSA no sangue é de 2,3 dias. A meia vida de uma molécula é o tempo para o PSA no sangue caia para a metade do seu valor inicial.
Este decaimento é muito importante para acompanhar as doenças que estejam ocorrendo na próstata. Um paciente que esteja com prostatite aguda é monitorado pela queda do PSA até que este chegue ao seu nadir. Ou seja, é o nível mais baixo de normalidade para o paciente. Entretanto, caso não ocorra sua normalização, concluímos que algo esta afetando a próstata. Obviamente, os sintomas clínicos relatados servem para evidenciar a recuperação da próstata. Portanto, a dosagem do PSA indica a situação da glândula. Nunca esquecer que a clínica é soberana.
Idade, ejaculação (abster por 2 dias antes de dosar), trauma prostático (selim estreito da bicicleta), infecção do trato urinário, prostatite, com a hiperplasia benigna da próstata volumosa, câncer de próstata.
Também aumenta com uso de testosterona, procedimentos urológicos: cistoscopia, biópsia de próstata, toque retal.
Os inibidores da 5-alfa redutase: Finasterida (Proscar® ou Propecia®) ou dudasterida (Avodart®). Misturas de ervas: algumas são vendidas como suplemento alimentar e podem mascarar um alto nível de PSA. O Saw Palmetto não parece afetá-lo. A obesidade tende a baixar os seus níveis. Aspirina, este efeito pode ser maior em não-fumantes. Além disso, as Estatinas: uso prolongado de drogas redutoras do colesterol, como a atorvastatina (Lipitor®), rosuvastatina (Crestor®) e sinvastatina (Zocor®). Mais ainda, os Diuréticos como a hidroclorotiazida.
O PSA é uma molécula extraordinária usada na clínica urológica para diagnóstico das doenças prostáticas, e usado para:
O PSA é solicitado para que seja avaliada as condições da glândula, já que doenças naturais como o HPB ocorrem invariavelmente com envelhecimento do homem, assim como o câncer da próstata.
Há um relação direta com a genética familiar, hábitos de vida, alimentos consumidos ao longo da vida e etc. Desta maneira, é útil para avaliação a saúde da próstata e é um dos marcadores de câncer de próstata, mas não é câncer específico.
? Homens com mais de 50 anos que estão em risco médio de câncer e com esperança de vida de pelo menos mais 10 anos.
? Homens com idade 45 nos com alto risco de desenvolver câncer de próstata: afro-americanos e homens que têm um parente de 1º grau, pai, irmão ou filho diagnosticados com câncer de próstata com menos de 65 anos.
? Homens com 40 anos em risco mais elevado ou seja, aqueles com mais de um parente de 1º grau que tiveram câncer de próstata em idade precoce.
É um marcador inespecífico para estudar as doenças comuns da próstata como prostatite, hiperplasia benigna da próstata e câncer de próstata. Portanto não serve exclusivamente para a detecção do câncer de próstata. Pacientes que estejam urinando bem e sem queixas urinárias podem evidenciar doenças quando analisado o nível do PSA. Assim como, as doenças crônicas da próstata podem elevar o PSA.
Em países desenvolvidos mais de 80% dos casos diagnosticados com câncer de próstata são vistos pela alteração do PSA. Ainda ele está relacionado com volume da próstata, idade do paciente ou pelo seu aumento anual. portanto, o diagnóstico do câncer de próstata é baseado na avaliação da consistência da próstata ao toque retal e PSA. Até 20% dos pacientes com PSA considerado normal para a idade são diagnosticados por endurecimento ou nódulo prostático.
Não existe contraindicação para realizar o exame, mas deve ser solicitado quando o médico quer diagnosticar doenças da próstata. Não se deve pedir para pacientes jovens e sem risco familiar do câncer de próstata.
Paciente com casos familiares de câncer de próstata devem começar seu rastreamento após os 40 anos e mais ainda se os parentes foram diagnosticados com menos de 60 anos.
Uma pessoa normal, sem antecedentes familiares de câncer de próstata, deve fazer sua primeira dosagem aos 45 anos. Além disso, vai servir para projetar o seu risco futuro para desenvolver a doença.
Estima-se que um paciente com PSA menor que 1ng/ml tenha um risco estimado para se detectar um câncer de próstata de 3,37 em 10 anos de seguimento, enquanto aquele com PSA entre 3-10ng/ml tenha risco de 38,96 em igual período. Portanto, o segundo paciente deve ser visto com avaliado anualmente e primeiro cada 2-3 anos. Finalizando, a conduta do rastreamento do câncer de próstata é ditado pelo urologista diante de cada caso.
O exame é feito por dosagem no sangue em jejum. O PSA é mensurado por técnica laboratorial de radioimunoensaio, de alta sensibilidade para detectar pequena quantidade de molécula no sangue. São recomendadas algumas considerações para coleta do sangue como: jejum de pelo menos 4 horas, não ejacular por 48 horas antes da coleta, não realizar exercícios que causem impacto no períneo, como andar de bicicleta, equitação, após toque retal ou coito anal, sondagem uretral, realização de ultrassonografia transretal), e biopsia de próstata. Neste último caso, deve-se aguardar pelo menos 30 dias para a coleta sanguínea.
Também transtornos miccionais agudos podem refletir alteração clínica na próstata, que pode ser de ordem inflamatória como infecciosa.
Para detecção precoce do câncer, a periodicidade do exame é feita conforme o resultado do PSA, conforme recomendação da sociedades europeia e americana de urologia.
A sociedade americana de câncer recomenda a repetição do PSA conforme o valor do PSA,
Estes novos padrões foram estabelecidos após análise de milhares de homens observados ao longo de 10 anos, com base na evolução do PSA feita anualmente. Projeções estatísticas estimam a evolução do risco do paciente desenvolver câncer de próstata em 10 anos.
As complicações são as inerentes ao diagnóstico e tratamento da doença. Qualquer intervenção medicamentosa ou cirúrgica podem gerar danos transitórios e até definitivos ao paciente.
Existem remédios que podem causar dano na qualidade da ereção e mesmo efeitos sistêmicos que podem alterar o funcionamento do organismo. Outros remédios para controle do câncer de próstata causam queda da testosterona. Sua queda além de causar efeitos claros na sexualidade podem interferir no metabolismo lipídico, predispondo ao diabetes. Além disso, a queda da testosterona causa queda de 30% do raciocínio.
As vezes, um tratamento descompensa negativamente outras funções clínicas do organismo, inclusive causando impacto negativo na qualidade de vida. As vezes fazer menos tratamento, pode ser mais, pensando na qualidade de vida do pacientes.
Nem sempre um remédio é uma bala mágica. A escolher do melhor tratamento pode ser a verdadeira arte do exercício da Medicina.
Os efeitos colaterais (side effects) podem ocorrer quando se está realizando o diagnóstico da sua doença. Uma biopsia de próstata pode causar uma complicação como uma indesejada infecção prostática e/ou do trato urinário. Assim como, pode evoluir com comprometimento sistêmico e mesmo septicemia, ou seja, infecção disseminada no organismo.
Outra vezes, se faz um diagnóstico de câncer de próstata sem agressividade que pode ter seu início de tratamento postergado. Este é chamado de vigilância ativa, sendo que o paciente é tratado caso haja progressão da doença. Entretanto, o paciente pode ficar transtornado por saber que possui câncer, que apesar de não agressivo, pode causar depressão. A ansiedade e pavor do diagnóstico: estou vivendo com um câncer dentro de mim. Estes pacientes devem ser seguidos a cada 3 meses com PSA e exames de imagem. Quando detectado mudança do câncer, o tratamento é instituído. Entretanto, tratamento empregado causa gastos para o seguimento do paciente. Outras vezes, os pacientes não suportam a espera do desfecho evolutivo do seu diagnóstico e solicitam tratamento definitivo.
Quais são os valores de referência normais?
Em clínica é usado uma padrão prático do PSA por década de vida:
Estes valores foram avaliados em diferentes países, e mesmo na população brasileira e são adotados como valores de normalidade. Assim sendo, valores acima destes limites são considerados anormais e podem indicar a presença de anormalidade prostática, desde doenças benignas como malignas. Saiba sobre os exames mais recentes para o diagnóstico do câncer de próstata, o PET-CT e a ressonância nuclear magnética – PI-RADS.
Obviamente o seu valor também sofre variação da normalidade conforme o volume da próstata, afetado por hábitos alimentares e de vida, assim como a própria genética individual. Além disso, o PSA faz parte do algoritmo para predizer sobre a evolução da doença quando tratada pela prostatectomia radical, é a estimativa feita pelos nomogramas.
Uma estratégia adaptada ao risco individualizado para a detecção precoce pode ser oferecido a um homem bem informado, que queira realizar o exame. Desta maneira, pode ser oferecido a homem com uma bom condição clínica e com pelo menos 10-15 anos de esperança de vida. Portanto, a pesquisa para detecção precoce do câncer de próstata deve ser indicada individualmente baseada no PSA. Saiba muito sobre o PSA e câncer de próstata.
Dosar o PSA aos 45 anos e se houver fatores de risco pessoais aos 40 anos
Para homens com 45-59 anos
Se seu PSA for 3 ng/ml ou maior: considerar biopsia
Se seu PSA for maior que 1 e menor que 3 ng/ml: repetir o PSA cada 2-4 anos
Se seu PSA for menor que 1 ng/ml: repetir PSA em 5 anos
Para homens com 60-70 anos
Se seu PSA for 3 ng/ml ou maior: considerar biopsia
Se seu PSA for maior que 1 e menor que 3 ng/ml: repetir PSA cada 2 anos
Se seu PSA for menor que 1 ng/ml: nenhum exame mais para prevenção
Para homens com mais de 71 anos
Nenhum rastreamento, a menos que nunca tivesse feito previamente o PSA
Cabe ao médico avaliar o PSA, se está anormal para cada paciente, considerando suas queixas clínicas e o exame físico da próstata. As vezes, pode estar aumentado, mas não significa que a doença deva ser tratada, mesmo que o diagnóstico seja de câncer.
Um PSA pode estar aumentado para a idade do paciente e na investigação por imagem se detecta uma próstata volumosa. Mas se o paciente não apresentar sintomas urinários não há necessidade de nenhum tratamento, seja clínico ou cirúrgico.
A clínica do paciente associado com seus exames periódicos vão impor o melhor momento para iniciar alguma intervenção. Cabe ao urologista propor o melhor tratamento, que pode ser observacional, medicamento ou cirúrgico. Saiba sobre a vigilância ativa no câncer de próstata.
O mais importante é intervir com tratamento ao paciente quando realmente for necessário. Portanto, pode-se melhorar a sua qualidade de vida e prolongar sua vida, e em muitos casos corretamente diagnosticados, curar o paciente com câncer de próstata.
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Referências
https://pt.wikipedia.org/wiki/Ant%C3%ADgeno_prost%C3%A1tico_espec%C3%ADfico
http://www.saudedireta.com.br/docsupload/1331413773Urologia_cap21.pdf