tamanho do testículo

Tamanho do testículo e testosterona

O tamanho do testículo e testosterona, assim como sua consistência tem importância para o bom funcionamento dos testículos. Inclusive, para a formação dos espermatozóides.

O tamanho do testículo e sua consistência tem importância para o bom funcionamento dos testículos. Inclusive, para a formação dos espermatozóides. Normalmente, testículos pequenos podem produzir pouca testosterona (hipogonadismo). Por outro lado, os maiores produzem mais. Entretanto, quando menos consistentes e mais amolecidos podem também produzir menos testosterona. Portanto, o tamanho e a consistência dos testículos refletem sua função.

Função do escroto

Na maioria dos mamíferos, o testículo está fora do corpo para que a temperatura fique mais baixa que a corporal. Por isso, no homem, é de 1 a 2 graus Celsius menor que a do corpo para manter a espermatogênese. Desta maneira, há melhor desempenho das enzimas envolvidas na formação dos espermatozóides e na produção de testosterona. Assim, mais de 95% da testosterona circulante é de origem testicular.

O plexo venoso do cordão espermático dissipa calor. Além disso, o cremaster é um músculo sob controle involuntário que suspende ou baixa o testículo, conforme sua contração ou relaxamento. Com isso, a temperatura local é mantida constante pelo reflexo cremastérico em relação ao meio ambiente. Outra característica peculiar da bolsa testicular é que escroto possui pouca gordura em sua parede para reter calor. Mais ainda, é rico em glândulas sudoríparas para dissipar o calor. Por consequência, todas estas especializações visam o controle térmico. 

Varicocele e tamanho do testículo

A varicocele é causada pela má formação valvular dos vasos do plexo pampiniforme que acarreta estagnação venosa e aumento da temperatura local. Normalmente, com a varicocele há diminuição do tamanho do testículo esquerdo, mas pode ser bilateral. Geralmente, a varicocele é a esquerda e ao exame físico pode ser diagnosticada ou suspeitada. Por fim, o diagnóstico da varicocele é confirmado pelo ultrassom Doppler. Além dessa, outra hipótese da oligoastenospermia (ou seja, diminuição do número e movimento dos espermatozóides) e queda da testosterona pela hipofunção da células de Leydig é a ação deletéria dos hormônios provenientes da glândula suprarrenal esquerda. Assim, a sua correção cirúrgica melhora em torno de 100 ng/dL a produção de testosterona.  

Função dos testículos

Além da formação dos espermatozóides, o testículo produz a testosterona. Ele é fundamental para o desenvolvimento da genitália e caracteres secundários masculinos. Assim, como todo hormônio age onde houver receptores celulares, atuando em diferentes órgãos do organismo. Entretanto, pode agir com ação direta nos músculos estriados, inclusive no miocárdio.

Os testículos produzem de 5-7 mg de testosterona por dia. A produção de testosterona vem do colesterol, sendo que além da testosterona é produzido, estrona e estradiol. Por outro lado, a supra renal produz a androstenodiona e DHEA/S, considerados andrógenos fracos. Estes por sua vez, por conversão enzimática pode produzir os três hormônios testiculares.  

A testosterona e o DHEA diminuem, enquanto o LH, FSH e o SHBG aumentam com o envelhecimento. A DHT permanece constante apesar do declínio da sua precursora, a testosterona. Contudo, a sua queda é individual, sendo que alguns homens a mantém constante e outros podem até subir com o envelhecimento. (Araujo, 2011) 

O volume considerado normal do testículo pré-puberdade varia de 3 a 4 ml, na puberdade de 4 a 15 ml e no adulto de varia 20 a 30 ml. (Petak, 2012) Mais ainda, a genética tem muito significado quanto a tamanho dos órgãos genitais, sendo que, os negros tem normalmente mais desenvolvida, enquanto que os asiáticos menor.

Níveis de testosterona conforme a idade e escala de Tanner

Os níveis de testosterona oscilam ao longo da vida e estão relacionados as características masculina, desde sua gênese intra-uterina, infância, adolescência, adulto, com queda progressiva com o envelhecimento. As característica da genitália é avaliada pelo escore de Tanner conforme a testosteronemia. Porém, a escala de Tanner é mais acurada para avaliar as mudanças durante a puberdade. Portanto, os níveis hormonais mudam rapidamente durante a puberdade e o desenvolvimento genital pode acontecer em diferentes idades para diferentes pessoas.

Durante a adolescência, dos 11 aos 19 anos, há aumento significativo dos hormônios: FSH, LH, testosterona e estradiol, conforme vai aumentando a idade neste período e desta maneira passando pelos estádios sucessivos de Tanner 3 para 5. No entanto, nesta fase há diminuição das proteínas carreadoras de testosterona, o SHBG. Assim, o FSH e LH são chamados de hormônios gonadotróficos, pois atuam na gônada masculina ou feminina.

FSH e LH são produzidos na hipófise

A hipófise é a glândula mestra que comanda todas as outras glândulas endócrinas do organismo: tireóide, supra-renais e gônadas. Portanto, estas glândulas se ajustam para a produção dos hormônios conforme a necessidade diária. Assim, se estimulam e freiam a produção hormonal.

O FSH (hormônio folículo estimulante) estimula a espermatogênese e o LH (hormônio luteinizante) a produção de testosterona pelas células de Leydig dos testículos. Portanto, nas mulheres, estes hormônios produzem o amadurecimento dos óvulos e a produção de estrógenos.

A testosterona quando ligada ao SHBG perde a sua ação, pois está molécula não o libera para sua função como testosterona livre nos órgãos-alvo. Portanto, na adolescência há uma profunda mudança hormonal, cujo protagonistas são os hormônios sexuais: a testosterona para os homens e o estrógenos para as mulheres. Contudo, a partir dos 18 anos, o SHBG começa a aumentar e a testosterona total e livre a diminuir.

Risco da suplementação hormonal

Altos níveis de testosterona são incomuns em homens adultos. Assim, crianças com altos níveis de testosterona podem ter um surto de crescimento e iniciar a puberdade precocemente. Todavia, a testosterona alta em ambos os sexos pode causar infertilidade. Portanto, a suplementação de testosterona em homens normais causa infertilidade e diminuição progressiva dos testículos. Assim sendo, nos homens, o excesso de testosterona pode levar a diminuição na quantidade de espermatozóides e/ou à perda do desejo sexual.

Escala de Tanner conforme estádio, idade, nível de testosterona total e tamanho do testículo

Idade Valor
(ng/dL)
Definição Estágio
Tanner
Tamanho do testículo
0-5 meses 75-400 Sem pelos púbicos 1 <4 mL ou comp. <2,5 cm
6-9 meses <7-20   1  
10-11 anos <7-130   1  
12-13anos <7-800 Pelugem 2 4-8 mL ou comp 2,5-3,3 cm
14 anos <7-1.200 Pelos escassos 3 9-12 mL ou comp 3,4-4 cm
15-16 anos 100-1.200 Pelos pubianos em
forma de triângulo
4 15-20 mL ou comp. 4,1-4,5 cm
17-18 anos 300-1.200 Pelos pubianos atingem o sulco inguinal na coxa 5 >20 mL ou compr. >4,5 cm
>=19 anos 240-950   5  

Testículo trófico ou normal

A escala de Tanner mostra que com o amadurecimento, o tamanho do testículo vai aumentando progressivamente, sendo que testículos bem formados apresentam volume maior que 20 mL. Portanto, estes testículos são considerados de tamanho normal e são funcionantes. Por isso, o urologista deve sempre prestar atenção durante o exame físico ao tamanho do testículo. Desta maneira, sua alteração pode alertar para sua disfunção. 

Porém, com o envelhecimento, os testículos podem diminuir de tamanho, perdendo as células de Leydig, em número de 500 milhões ao nascimento. Assim, sua diminuição natural ou pela ação tóxica direta de substâncias locais e citoquinas podem diminuir a produção de testosterona. Contudo, podem ocorrem mecanismos químicos obstrutivos nos receptores hormonais que podem ser revertidos com o tratamento.

Com uma proposta correta de tratamento é possível reverter o processo, dando condições para melhorar a função testicular e da formação de espermatozóides. Assim, remédios podem resolver os problemas. Além disso, há inclusive melhora da qualidade de vida.

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Referência

https://uroweb.org/guideline/male-infertility/#5

https://www.mayoclinic.org/diseases-conditions/varicocele/diagnosis-treatment/drc-20378772