Anemia e baixa de testosterona

A anemia e baixa de testosterona são mais diagnosticadas em pacientes mais velhos. A prevalência de anemia é de aproximadamente 10% em adultos mais velhos e tende a ser maior em homens que em mulheres.

Anemia e baixa de testosterona

A anemia e baixa de testosterona são mais diagnosticadas em pacientes mais velhos. A prevalência de anemia é de aproximadamente 10% em adultos mais velhos e tende a ser maior em homens que em mulheres. Várias causas de anemia em idosos são reconhecidas, incluindo deficiências de ferro e vitamina B12, inflamação crônica e doenças sistêmicas aguda e crônicas, insuficiência renal crônica e síndromes mielodisplásicas, etc. Em aproximadamente um terço dos adultos mais velhos com anemia, no entanto, nenhuma causa reconhecida se encontrou. Além disso, nenhum tratamento melhora a anemia inexplicada. Se você tem anemia, é bom ler este artigo.

baixa de testosterona

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

Classificação da anemia

Define-se anemia quando a hemoglobina é menor ou igual a 12.7 g/dL. As principais causas de anemia são:

      • insuficiência renal: nível de creatinina sérica de 2,2 mg/dL ou mais;

      • mielodisplasia: volume corpuscular médio ou tamanho das hemáceas (VCM) igual ou superior a 105 fL e contagem de plaquetas de 120.000/mL ou menos ou VCM igual ou superior a 105 fL e contagem absoluta de neutrófilos inferior a 1200/mL;

      • deficiência de ferro: nível de ferritina inferior a 40 ng/mL;

      • deficiência de folato: níveis de folato abaixo de 3,4 ng/mL;

      • deficiência de vitamina B12: vitamina B12 abaixo de 200 pg/mL;

      • gastrectomizados (remoção subtotal do estomago);

      • anemia de inflamação: níveis de ferritina maiores que 500 ng/mL e saturação de transferrina abaixo de 50% ou níveis de ferritina maiores que 40 ng/mL e história de uma condição médica ou medicação indicando doença ou inflamação crônica;

      • anemia hemolítica: níveis de haptoglobina menores que 14 mg/dL e MCV maior que 100 fL;

      • discinesia plasmocitária: níveis de IgG, IgA ou IgM superiores a 1,0 g/dL;

      • baixa de testosterona: nível de testosterona menor que 300 ng/dL;

      • câncer: anemia por câncer de várias origens.

    Os anêmicos que não preenchem nenhum desses critérios são classificados como portadores de anemia inexplicada. Além disso, há casos que sua origem é multifatorial.

     

    Reposição de testosterona em pacientes baixa de testosterona e anemia

    Um estudo recente americano multi-institucional, em 12 centros médicos, avaliou se a reposição de testosterona em homens com mais de 65 anos. Assim, considerou-se baixa de testosterona quando era menor que 275 ng/mL. O tratamento foi favorável quando a concentração de hemoglobina aumentava em 1,0 g/dL. O seguimento dos pacientes foi de 12 meses, de junho de 2010 a junho de 2014.

    O estudo era duplo-cego, pacientes tratados versus controles ou não-tratados, com níveis de testosterona menor de 275 ng/dL. Dos 788 participantes, 126 eram anêmicos (hemoglobina 12,7 g/dL), 62 dos quais não tinham causa conhecida. O tratamento aplicado foi com gel de testosterona e a dose ajustada para manter os níveis de testosterona normais para homens jovens, ou gel placebo por 12 meses.

     

    Reposição em pacientes com baixa de testosterona e anemia

    Resultados: Os homens tinham uma média de idade de 74,8 anos. O índice de massa corporal (IMC) (calculado como peso em quilogramas dividido pela altura em metros quadrados) foi de 30,7 e 84,9% dos pacientes eram brancos.
    O tratamento com testosterona resultou em uma maior porcentagem de homens com anemia inexplicada que depois de 1 ano, o níveis de hemoglobina aumentou em 1,0 g/dL ou mais em relação ao valor basal (54%) do que em placebo (15%) (OR ajustada, 31,5; IC95% 3,7-277,8; p =0,002). Além disso, houve um maior percentual de homens que em 1 ano não estavam mais anêmicos (58,3%) em comparação com placebo (22,2%) (OR ajustada 17,0; IC 95%, 2,8-104,0; p =0,002).

    O tratamento com testosterona também resultou em uma porcentagem maior de homens com anemia de causa conhecida, que depois de 12 meses, os níveis de hemoglobina aumentaram em 1,0 g/dL ou mais (52%) do que o placebo (19%) (OR ajustada, 8,2; IC 95%, 2,1-31,9; p =0,003). O tratamento com testosterona resultou em uma concentração de hemoglobina de mais de 17,5 g/dL em 6 homens. Assim sendo, estes pacientes não tinham sido considerados anêmicos no início do estudo.

    Conclusões: Entre homens mais velhos com baixos níveis de testosterona, o tratamento aumentou significativamente os níveis de hemoglobina daqueles com anemia inexplicada, assim como aqueles com anemia de causas conhecidas. Esses aumentos foram clinicamente significativos, como sugerido pela magnitude das alterações e pela correção da anemia na maioria dos homens. Todavia, os benefícios gerais para a saúde ainda devem ser estabelecidos.

     

    Anemia e baixa de testosterona, finalizando:

    Portanto, deve-se avaliar os níveis de testosterona em homens com 65 anos ou mais que apresentam anemia inexplicável e sintomas de baixos níveis de testosterona. Assim sendo, indica-se a reposição de testosterona para alguns pacientes com hipogonadismo. De tal maneira, pode-se melhorar suas qualidades de vida.

    O estudo mostrou claramente que a reposição de testosterona pode desempenhar papel importante no tratamento de pacientes com anemia. Portanto, a reposição de testosterona melhorou a anemia, com consequente melhora clínica. Desse modo, os idosos com hipogonadismo (baixa de testosterona) podem ter sintomas importantes relacionados a sua queda. Logo, se tratados adequadamente melhoram sua qualidade de vida.

    Concluindo, o tratamento da deficiência de testosterona tem impacto muito significativo para o bem estar geral do pacientes, já que a testosterona atua em muitas órgãos para melhorar a funcionalidade do nosso organismo. A anemia é apenas uma das consequências da queda da testosterona. Por consequ, o sistema hematopoético precisa de níveis adequados da testosterona para sua manutenção. Por consequência, sua reposição melhora a disposição geral do pacientes, tornando-os mais ativos no seu dia-a-dia.

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    Referência

    http://Roy CN, Snyder PJ, Stephens-Shields AJ et al. Association of Testosterone Levels With Anemia in Older Men. A Controlled Clinical Trial. JAMA Intern Med. 2017;177(4):480-490.