Câncer de mama aumenta o risco para o de próstata?
Esta é uma questão que por anos tem sido investigada por diferentes pesquisas epidemiológicas sobre o
câncer de próstata. Ambos os tumores malignos são afetados diretamente por seus hormônios sexuais, ou seja, o estrógeno ou testosterona. Assim sendo, há muitos anos estes hormônios podem ser usados em algum momento dos seus tratamentos, principalmente no câncer de
próstata localmente avançado e avançado.
De maneira geral, a sua diminuição sanguínea causa morte celular e consequente melhora clínica dos pacientes. Infelizmente, na maior parte das vezes, a melhora é transitória por algum tempo e variável para cada paciente. Neste momento, o câncer se torna resistente a sua supressão (diminuição sanguínea dos hormônios sexuais) e há progressão da doença.
O diagnóstico do
câncer de mama na mulher pode causar maior risco para parentes do primeiro grau desenvolverem
câncer de próstata. Entretanto, estudos clínicos vem sendo realizados com resultados conflitantes. Ou seja, alguns positivos e outros negativos.
Fatores de risco de câncer de próstata
Os conhecidos fatores de risco para desenvolver câncer de próstata são: história familiar do
câncer de próstata, envelhecimento, a raça, ingestão de dieta gordurosa, obesidade, alta de cálcio e além de infecção por HPV/EBV.
Quando há um parente, o risco dobra e com dois ou mais, o risco aumenta de 6 a 11 vezes. Os obesos aumentam a detecção do câncer de próstata de alto risco (1,28). Contudo, diminui o risco do câncer de baixo risco (0,79). Mais ainda, o risco nos negros é considerado o dobro dos homens brancos (caucasianos).
Leia sobre fatores de risco do
câncer de próstata em:
https://uroweb.org/wp-content/uploads/09-Prostate-Cancer_2017_web.pdf. Saiba mais sobre a
detecção precoce do câncer de próstata.
O paciente com história de câncer de mama em parente do primeiro grau aumenta risco de
câncer de próstata para
1,79. Além disso, o
risco de câncer de próstata de alto risco é maior se a idade da paciente com câncer de mama for menor de 50 anos.
Por outro lado, se o paciente tiver filha com
câncer de mama, o seu risco aumenta de maneira para 15,26.
Leia este artigo recente em:
https://www.ncbi.nlm.nih.gov/pmc/articles/PMC5955101/pdf/oncotarget-09-23661.pdf
Entenda mais sobre
câncer de próstata de alto risco.
Qual é o paciente de risco para progressão da doença?
Atualmente, há interesse em realizar diagnostico da doença em portadores de
câncer de próstata de risco intermediário e alto risco.
O diagnóstico do
câncer de próstata com doença mínima deve ser evitado, pois o paciente fica preocupado por ter um câncer sem tratamento. Mais ainda, para o médico que deve seguí-lo com exames trimestrais. Além disso, em qualquer anormalidade deve-se inclusive repetir a biopsia para averiguar se há progressão local da doença. Este seguimento é oneroso aos cofres públicos e mesmo ao sistema provado de saúde. Além disso, os gastos podem trazem complicações, como infecção local e sistêmica como pode ocorrer após a
biopsia de próstata.
Entender o melhor momento para o diagnóstico do
câncer de próstata requer conhecimento da doença. Nem sempre realizar o diagnóstico é o melhor para a saúde do paciente.
Paciente com câncer de próstata de baixo risco
Os pacientes de baixo risco são tratados com observação vigilante, ou seja, sem necessidade de realizar um tratamento efetivo. O motivo para esta conduta é que poucas vezes estes pacientes apresentam progressão da doença para colocar em risco suas vidas.
Estes pacientes acompanhados por 10 anos vão apresentar 30-40% de progressão local da doença e aí então devem ser tratados. Desta maneira se evita as possíveis complicações que podem acontecer pelo tratamento realizado, seja pela
prostatectomia radical ou
radioterapia. Estas complicações podem afetar a qualidade de vida destes pacientes, seja pela disfunção erétil ou incontinência urinária que podem ocorrer. Portanto, reconhecer os riscos para a doença é fundamental para diagnosticar pacientes mais vulneráveis para que a doença apareça. Além disso, se são mais críticos para que a doença possa ameaçar suas vidas.
Câncer de próstata hereditário
Estudos em família mostraram que alguns cânceres de próstata podem ser herdadas como um modelo autossômico dominante. O
câncer de próstata familial aparece devido a gene raro com alta penetrância e representa 9% de todo os casos. Recente estudos de associação genômica identificaram pelo menos 100 locus de susceptibilidade associados ao câncer de próstata.
Pacientes com parentes que tiveram câncer de próstata tem risco 3,10 maior que nos controles. Todavia, se tiverem parentes com menos de 60 anos o risco aumenta par 5,15. Assim sendo, tanto pais como irmãos acometidos aumentam o risco de câncer de próstata. Estes dados são conhecidos por outros estudos epidemiológicos. De maneira geral, se diz: “quando há um parente com
câncer de próstata, o risco dobra e se tiver com dois ou mais, o risco aumenta de 6 a 11 vezes”.
História familiar de câncer de mama aumenta o risco de câncer de próstata
Paciente com história de câncer de mama em parente do primeiro grau aumenta risco 1,79. Além disso, o risco de
câncer de próstata de alto risco aumenta se a idade da paciente for menor que 50 anos. Por outro lado, se o paciente tiver filha com
câncer de mama, o risco aumenta de maneira significativa para 15,26.
Saiba mais em recente estudo sobre a influência do câncer de mama e detecção do câncer de próstata em:
https://www.ncbi.nlm.nih.gov/pmc/articles/PMC5955101/pdf/oncotarget-09-23661.pdf
Porque este risco ocorre?
Possivelmente, mutações germinais em genes como HOXB13 e BRCA1 e 2 estão associados a risco aumentado de
câncer de próstata. Por isso, a análise genômica direcionada desses genes poderia oferecer opções para identificar famílias de alto risco.
No câncer de próstata e câncer de ovário, a mutação
BRCA2 é responsável pela maior parte da doença observada nas famílias com
câncer de mama. O BRCA2 é um gene supressor de tumor. Portanto, ele ajuda na reparação dos danos da fita dupla do DNA. Desta forma, desempenha um papel na estabilidade da genética celular. Mutações hereditárias específicas no aumento de BRCA2 aumenta o risco de câncer de mama e de ovário. Tem sido também associada a riscos acrescidos de vários tipos de câncer, como o
câncer de próstata.
Seis por cento dos homens com
câncer de próstata resistente à castração podem ter mutações germinativas do
BRCA2. Estas descobertas sugerem que genes alterados podem aumentar o risco de câncer por mecanismos comuns, como o reparo do DNA. Por isso, estes genes levam a um câncer agressivo. Assim sendo, os genes de suscetibilidade herdados podem causar 5 a 10% de todos os casos de
câncer de próstata.
Portanto, estudos estão sendo feito para entender os mecanismos de biologia molecular envolvidos nos diversos tipos de
câncer de próstata. Assim, em futuro próximo será possível realizar tratamento personalizado para cada portador da doença.
Contudo, caso você queira saber mais sobre esta e outras doenças do trato gênito-urinário acesse a nossa
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Referência
https://www.mskcc.org/nomograms/prostate/pre_op
https://uroweb.org/guideline/prostate-cancer/#4