Câncer de testículo é a neoplasia mais frequente em homens dos 15 aos 34 anos de idade. Sua incidência dobrou nos últimos 40 anos por mudanças ambientais.

O câncer de testículo (testicular cancer) é a neoplasia mais frequente em homens dos 15 aos 34 anos de idade. Sua incidência dobrou nos últimos 40 anos, possivelmente por mudanças sócio-ambientais. Assim dizendo, pelo uso de pílula anticoncepcional, de agrotóxicos, entre outras. Qualquer massa dura no testículo ou abdômen em adulto jovem deve ser considerado câncer de testículo até prova do contrário. Geralmente o câncer de testículo  causa pouca dor local, e se ocorrer, é discreta. O paciente relata peso no testículo acometido em decorrência do crescimento do tumor que acontece em poucos meses. As vezes, o paciente relata algum trauma testicular pregresso, o que faz o paciente perceber o nódulo no testículo. O câncer de testículo é uma das neoplasias com crescimento mais rápido. Por isso, deve ser tratado rapidamente. O primeiro sinal pode ser massa palpada no abdômen, sem massa testicular. No adulto jovem com massa abdominal, mesmo sem tumor no testículo a palpação, a suspeita ainda é de metástase do tumor do testículo. Portanto, há casos de tumor oculto no testículo localizadas fora do testículo que o originam, chamado de tumor de testículo extragonadal.

São considerados pacientes de risco para câncer de testículo:

  1. Os com história de criptorquidia, ou sejatestículo impalpável, localizado no abdômen por não ter descido para bolsa escrotal. O risco é maior nos pacientes com criptorquidia bilateral, mesmo que operados na infância,
  2. Com testículo distópico, ou seja, testículo palpado alto e fora da bolsa,
  3. Com testículo hipotrófico ou atrófico observado em homem estéril ou subfértil,
  4. Em pacientes com síndrome de Klinefelter,
  5. Nos usuários de maconha,
  6. Nos portadores de HIV e
  7. Com história familiar de câncer de testículo em parente do primeiro grau.

Exame físico

O tumor de testículo é suspeito ao se palpar nódulo endurecido dentro do testículo.  Portanto, bem diferente da orquido-epididimite, ou seja inflamação ou infecção do epidídimo. Este órgão está atrás do testículo.  Apresenta dor, hiperemia e calor da bolsa testicular afetado. Qualquer movimento testicular causa dor, as vezes prejudicando pequenos movimentos, como andar e cruzar as pernas. A elevação e imobilização do testículo melhora a dor. Vale lembrar que orquido-epididimite é causada por infecção por clamídia ou micoplasma até prova do contrário.

Outros sinais e sintomas podem acompanhar doenças associadas.

São sintomas menos frequentes  que podem ocorrer em menos de 5% dos casos.
  • Hidrocele, ou seja, aumento de líquido na bolsa testicular, que impede a palpação testicular e ocorre em 10% dos casos.
  • Dor lombar pela disseminação de gânglios no retroperitônio que pode gerar uma massa palpável.
  • Linfonodo (gânglio) palpado na fossa clavicular esquerda pela disseminação linfática,
  • dor abdominal, ginecomastia, o crescimento da mama, ocorre de 5-10%,
  • dispneia ou falta de ar, dor óssea, falta de apetite, emagrecimento e anemia. Todavia, raros casos podem causar sintomas neurológicos decorrentes de metástase cerebral.
Pacientes com doença muito avançada cursam com caquexia, dispneia intensa e insuficiência renal.

Marcadores tumorais para o câncer de testículo

Os exames devem ser realizados para estadiamento ou seja, avaliar a extensão da doença no organismo. Os marcadores tumorais relacionados ao câncer de testículo são ?-HCG, ?-fetoproteína e DHL. Por se tratar de pacientes jovens deve-se colher sêmen para espermograma e para banco de sêmen (criopreservação). Apesar de dar ser orientação dos Guidelines, considero conveniente colher: LH, FSH, testosterona total e live, além da testosterona biodisponível. Afinal de contas estes testículos, na sua maioria são disgenéticos. A cirurgia é sempre uma prioridade para o diagnóstico definitivo. O atraso no tratamento pode significar a perda de oportunidade para curar o paciente!orquiectomia pode ser o único tratamento para curar o paciente na fase inicial. Quando ocorre atraso no tratamento, a doença pode avançar, portanto, aumentando a morbidade. Além disso, pode-se usar mais drogas na quimioterapia. O que é pior mais efeitos colaterais precoces e tardios para o paciente. Por fim, pode ocorrer redução da sobrevida do paciente. É na verdade, uma emergência oncológica. Quanto mais drogas usadas, maiores serão complicações do tratamento, tanto a curto como a longo prazo. Às vezes, os efeitos colaterais podem ocorrer até mais de 30 anos depois. A meta da quimioterapia é utilizar menos drogas para minimizar a toxicidade e atingir o máximo de eficácia. Imaginem o que é perder a audição, enfraquecer o coração por lesão muscular, ficar com insuficiência renal, danificar os pulmões por lesão crônica intersticial, desenvolver um segundo tumor provocado pelas drogas quimioterápicas, entre outras sequelas. Portanto, o tratamento do câncer de testículo é uma verdadeira emergência médica! Quanto menos doença, menos quimioterapia e, portanto, menores as comorbidades. Portanto, maior sobrevida.

Tipos histológicos

O tratamento local do tumor primário do testículo é feito por uma cirurgia de pequeno porte, a orquiectomia radical. Ou seja, remoção do testículo, epidídimo e os elementos do cordão. A anatomia patológica define o tipo ou tipos de tumor que formam a neoplasia. Dela depende o que se vai fazer após: observação, quimioterapia ou radioterapia. O câncer de testículo é causado por tumores germinativos em 97% dos casos. São dois grandes grupos de tumores:
  • Os seminomas e
  • Os tumores não-seminomatosos.
O segundo grupo de tumores é mais agressivo que o primeiro. É subdivido conforme o tipo histopatológico em:
  • Carcinoma embrionário,
  • Tumor do seio endodérmico,
  • Teratoma,
  • Teratocarcinoma,
  • Coriocarcinoma e
  • Tumores mistos.
A média de idade para o diagnóstico dos tumores não-seminomatosos é de 21 anos e dos seminomatosos de 32 anos. Portanto, “quando mais jovem for o paciente, maior a chance de ser portador de tumor mais agressivo”. Estes tumores se disseminam para os linfonodos, que seguem o cordão espermático para o retroperitônio. Esta região está localizada atrás do abdômen. O crescimento dos linfonodos pode ser expressivo, a ponto de formar verdadeiros tumores sólidos, conglomerado de linfonodos que vão crescendo. Assim, podem abaular o abdómen como uma massa. Quanto maiores, maior será o uso de quimioterápicos para seu tratamento. Além disso, pode ocorrer disseminação vascular, principalmente para fígado, pulmão e outras viscerais. Saiba mais sobre o diagnostico e tratamento do câncer de testículo. A sobrevida é de próximo de 99% em 5 anos nos tumores intratesticulares. De 45% nos tumores avançados de alto risco. Portanto, o diagnóstico e tratamento precoce é fundamental! Portanto, qualquer nódulo testicular deve ser avaliado imediatamente, mesmo que você não apresente nenhum sintoma doloroso local.
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Referência
https://uroweb.org/guideline/testicular-cancer/

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