Fratura de pênis - Você sabia que pode ocorrer?

Fratura de pênis é evento doloroso que pode ocorrer durante o coito ou mesmo ao se virar na cama, durante a fase REM do sono. A ereção noturna é fisiológica

Sim, a fratura de pênis (penile fracture) é evento doloroso que pode ocorrer durante o coito. Entretanto, pode ocorrer ao se virar na cama, durante a fase REM do sono. Antes, um pouco de anatomia.

Anatomia do pênis

O pênis é o órgão erétil e copulador masculino. Ele é uma formação cilíndrica que se prende à região mais anterior do períneo. A extremidade livre é arredondada é a haste pendular do pênis. O pênis se enche e esvazia de sangue nos três cilindros, dos quais dois são pares e paralelos. Se visto de cima, se o pênis em ereção em posição horizontal. O terceiro é mediano, e situa-se por baixo dos dois precedentes, por onde passa a uretra. Os dois cilindros superiores são os corpos cavernosos (corporal cavernosa) e o inferior, o corpo esponjoso. Os corpos cavernosos e o corpo esponjoso são envoltos, por uma membrana conjuntiva denominada de túnica albugínea. O seu interior tem um aspecto esponjoso que é formado por trabéculas que se entrecruzam aleatoriamente. Entre essas trabéculas permanecem espaços que podem armazenar o sangue, tornando assim em órgão erétil. Acima destas estruturas existem duas fáscias fibrosas, uma mais profunda, de Buck e outra mais superficial, de Colles. As fáscias protegem os corpos cavernosos e esponjosos. Durante a ereção, a espessura da albugínea fica mais fina e portanto, susceptível ao seu rompimento.

Como acontece a fratura de pênis?

Quando acontece a fratura do pénis, pela ruptura da albugínea, o sangue infiltra o tecido sub-cutâneo. Desta maneira, se forma o hematoma. Este que é visível como uma coleção de sangue no pênis. A fratura de pênis (penile fracture) é um evento relativamente raro. Acontece durante a relação sexual em 70-80% dos casos. Entretanto, durante os movimentos de penetração, o pênis pode sair da vagina e ser pressionado no perineal. Desta forma, causa curvatura aguda do pênis e pode ocorrer ruptura da albugínea.

Sinais e sintomas

Muitos pacientes ouvem um estalo (80% dos casos), seguido de dor e detumescência rápida do pênis. Assim, ocorre o inchaço no local da fratura. Em mais de 90%, as fraturas do pênis ocorrem no terço proximal e em apenas um dos corpos cavernosos. Quando ocorre ruptura da uretra ou na glande pode ocorrer sangramento uretral e o paciente sente súbito calor no pênis. Todavia, sangramento uretral ocorre em 20% dos casos. Traumas raros e mais intensos, com ruptura anterior da albugínea, podem causar lesão nos nervos penianos dorsais. Desta maneira, pode ocorrer disfunção erétil ou perda da sensibilidade parcial ou total do pênis. Contudo, isso depende da gravidade da lesão dos nervos penianos. Durante a ereção, qualquer força excessiva que cause curvatura do pênis pode gerar sua ruptura. Geralmente ocorre do lado oposto a curvatura do pênis. A média de idade dos pacientes acometidos varia dos 27-35 anos. Os homens mais vigorosos na penetração ou na masturbação são os mais afetados. Contudo, raros casos ocorrem após os 50 anos de idade. fratura de pênis só ocorre se o pênis estiver ereto. Qualquer curvatura súbita e vigorosa no pênis pode causá-la. A posição mais frequente é quando a mulher está sobre o homem. O pênis sai da vagina e é comprimido no períneo, e desta maneira, causando sua curvatura. Nestas circunstâncias não tem como interromper a penetração. Assim, sente-se a dor súbita causada pela fratura de pênis. Após a dor, acontece a perda da ereção, seguida de detumescência do pênis. Quando a fáscia de Buck é lesionada ocorre infiltração na base do pênis e escroto.

Diagnóstico da fratura do pênis

O diagnóstico é feito pela história clínica e o exame físico. O hematoma confinado a fáscia de Buck causa inchaço ao longo do eixo da haste peniana. A ruptura através fáscia de Buck permite a infiltração do sangue para o escroto, períneo e região suprapúbica. O meato uretral se desvia para o oposto da lesão. Assim, o diagnóstico é feito pela tríade: estalo audível, detumescência e hematoma. O ultrassom com Doppler localiza o local da ruptura da albugínea peniana. A extensão da extensão da lesão pode ser feita pela ressonância nuclear magnética. Na suspeita de lesão uretral, pela hematúria ou sangramento vivo deve-se realizar uretrocistografia retrograda. Ou seja, exame com contraste para identificar o local da lesão uretral. Nas mãos do especialista pode-se realizar cistoscopia cuidadosa. Entretanto, nunca se passa sonda uretral quando há sangramento pelo risco de tornar a lesão uretral parcial em total. Assim, toda lesão uretral deve ser reparada com sutura para seu perfeito alinhamento uretral. Desta maneira, se evita o estreitamento uretral, que invariavelmente diminui o fluxo urinário.

Cirurgia é obrigatória na maioria das vezes

A exploração cirúrgica da lesão deve reparar a ruptura da albugínea. Ela produz o melhor resultado cosmético, além de impedir que ocorra tortuosidade na haste peniana. Os pacientes chegam no hospital ao redor de 5 horas. Entretanto, a cirurgia deve ser realizada dentro de 8 horas do trauma. Pacientes tratados pela cirurgia imediata podem apresentar curvatura peniana de 20%. Entretanto, os tratados sem cirurgia, 50%. Após a cirurgia, geralmente é possível se palpar a área de fibrose. É aconselhável proibir o coito nos dois primeiros meses. Entretanto, é impossível interromper a ereção noturna durante a fase REM do sono. Nesta fase, o sono pode ser interrompido pela dor. Quando a cirurgia é postergada, corre-se o risco de formar cicatriz mais intensa. Por consequência, tortuosidade definitiva. Quando importante, o paciente deve ser submetido a cirurgia reparadora. De maneira geral é mais complexa. A curvatura de pênis causada pela reparação pode ser vista em menos de 10% dos casos. As lesões associadas a trauma uretral devem ser reparadas no mesmo tempo da fratura de pênis. Alguns pacientes apresentam dor durante as ereções noturnas após a cirurgia, mas normalmente desaparecem em 3 meses.

Risco de nova fratura

Uma nova fratura pode ocorrer em um pacientes que previamente já tivesse sofrido uma fratura de pênis. O risco é maior nos meses próximos da cirurgia pelo amadurecimento da cicatriz. A fratura causa dano psicológico pelo medo de ocorrer novamente, mas desaparece com o tempo. Não é possível prevenir a fratura de pênis, mas algumas posições durante o coito são mais propensas para sua ocorrência. Por isso, cuidado quando a mulher está sobre o homem durante o intercurso sexual. Além disso, durante a masturbação pode ocorrer ao se comprimir o pênis em estrutura firme que cause sua curvatura. Estes casos são mais frequentes em relações extraconjugais e no sexo realizado em ambiente estressante. Caso você queira saber mais sobre esta e outras doenças do trato genitourinário navegue no site: https://www.drfranciscofonseca.com.br/bkp-2021/  para entender e ganhar conhecimentos. São mais de 125 artigos sobre diversos assuntos urológicos disponíveis para sua leitura. A cultura sempre faz a diferença. Você vai se surpreender! Referência https://en.wikipedia.org/wiki/Penile_fracture

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