HPV - Você está se prevenindo?
Verruga genital, causada pelo HPV é a doença sexualmente transmissível (DST) mais frequente nos consultórios médicos. Seu tratamento evita complicações.
Verruga genital, causada pelo HPV é a doença sexualmente transmissível (DST) mais frequente nos consultórios médicos. Contudo, seu tratamento evita importantes complicações.
Como é frequente os casos de HPV (human papillomavirus) no consultório! Aliás, a sua incidência vem crescendo ano após ano. Depois vêm as uretrites. Portanto, toda verruga genital deve ser encarada como DST, de origem viral e tem que ser tratada.
Da mesma maneira, número igual de mulheres são vistas pelos ginecologistas. Todavia, diferente dos homens, muitas mulheres podem não perceber que são portadores de verrugas genitais. Existem casos que não são vistos na genitália externa, mas são encontradas na vagina e/ou colo uterino. Por isso, mais um motivo para o exame periódico com seu ginecologista.
Os tratamentos são obsoletos. O princípio é a cauterização química ou cauterização. Uma doença viral tratada pelo fogo? Pode isto? Parece pré-histórico, não? Vejam vocês quanto ainda a Medicina esta atrasada no tratamento das viroses. Saiba mais sobre DST.
Doença subclínica
Na verdade, a doença acomete pele e mucosa, e geralmente todo extrato daquela pele está acometida pelo vírus. Existem lesões subclínicas, que não se pode ver a olho nu, mas elas existem. Pessoas que tiveram contato com o vírus em relação sexual são as mais acometidos. Entretanto, transmissão por roupas íntimas pode ocorrer, mas de maneira geral, isto não é frequente. Já foram identificados mais de 200 tipos diferentes de vírus, subdivididos em espécies. Vírus são muito menores do que bactéria e necessitam de uma célula hospedeira para se multiplicar. Os vírus usam nossa maquinaria celular para se reproduzirem.Sistema imunológico
A cura da doença é possível e depende do nosso sistema imunológico. Assim, se for efetivo, podem atacar os vírus impedindo sua incorporação intracelular. Contudo, este mundo ainda é pouco conhecido pela Medicina atual. Entretanto, poucos remédios usam esta estratégia para combater os vírus. Ainda há muita pesquisa para que possamos controlar em definitivo esta doença. Os vírus permanecem dentro das células mais profunda da pele e/ou mucosas. Entretanto, no momento certo, se replicam e causam dano definitivo em nosso organismo.Caso clínico
Recentemente, vi um paciente que esteve internado em UTI por mais de 90 dias para tratamento de pneumonia. Felizmente, conseguiu-se vencer a infecção e teve alta. Fez tratamento para HPV há mais de 30 anos. Entretanto, desenvolveu mais de 40 lesões, de diferentes tamanhos e formas em todo pênis, púbis, glande e na região genital. Provavelmente, a queda imunológica proporcionou o aparecimento de todas estas lesões.Subtipos de HPV
Existem mais de 40 tipos de HPV que podem infectar as áreas genitais dos homens e mulheres. Estes tipos de HPV também pode infectar boca e garganta. A maioria das pessoas infectadas com HPV não sabem que os têm. Dos 120 conhecidos papilomavírus humano, 51 espécies e três subtipos infectam a mucosa genital.- 15 são classificados como tipos de alto risco: 16, 18, 31, 33, 35, 39, 45, 51, 52, 56, 58, 59, 68, 73 e 82,
- três como prováveis de alto risco: 26, 53, e 66 e
- 12 como de baixo risco: 6, 11, 40, 42, 43, 44, 54, 61, 70, 72, 81, e CP6108
Caso clínico
Recentemente, atendi um paciente que sua parceira exigiu exame para HPV. Ao exame clínico não identifiquei qualquer lesão. Pedi o exame. Porém, quando voltou, disse que surgiram duas lesões verrucosas que já estavam diminuindo de tamanho nestas 3 semanas que não nos vimos. Portanto, seu sistema imunológico estava ativo. O exame identificou dois vírus, um de baixo e outro de alto risco. Iniciei o tratamento. Imaginem o problema de relacionamento gerado a partir deste diagnóstico.HPV, gravidez e cura imunológica
Raramente, uma mulher grávida com HPV pode passar o vírus para o bebê no parto. Por isso, criança pode desenvolver papilomatose respiratória. Nesta doença, as verrugas acometem a garganta que causam infecções respiratórias recorrentes. A maioria das pessoas não desenvolve sintomas ou problemas de saúde. Contudo, em 90% dos casos, o nosso sistema imunológico elimina o HPV em 2 anos. Entretanto, não se sabe se pessoas contagiadas com HPV vão desenvolver doença no futuro.Vacinas
Vacinas para HPV são relativamente novas no arsenal terapêutico, mas são efetivas para impedir a proliferação viral. As vacinas podem proteger homens e mulheres contra alguns dos tipos mais comuns de HPV, inclusive os vírus oncogênicos. Vacinas contra o HPV são seguras e eficazes. Elas são dadas em três doses em seis meses, a inicial, com 2 e 6 meses. É importante receber todas as três doses para obter o máximo de proteção. As vacinas são mais eficazes quando administrados aos 11 ou 12 anos de idade. O governo tem disponibilizado estas vacinas a jovens. Além disto, doenças crônicas e fatais, como câncer podem ser evitadas. Duas vacinas estão disponíveis para proteger mulheres contra os tipos de HPV que causam os cânceres cervicais. Elas também protegem contra o câncer anal, vaginal e vulvar. Ambas são recomendadas adolescentes e adultos jovens. Além disso, a vacina é recomendada para homosexuais, bissexuais e pessoas com sistema imunológico comprometido, incluindo os que vivem com HIV/AIDS.Prevenção com uso do preservativo
Para as pessoas sexualmente ativas, os preservativos reduzem o risco de infecção pelo HPV. Entretanto, o HPV pode infectar áreas que não estão cobertas pelo preservativo. As verrugas podem acometer a genitália externa nas mulheres e o púbis nos homens. O coito anal pode favorecer a disseminação das verrugas perianais e para mucosa local. O mesmo acontece com o sexo oral, que inclusive pode contaminar toda mucosa oral, faríngea e da via aérea pulmonar. Além disto, os preservativos reduzem o risco de outras doenças venéreas. Não é incomum que as pessoas com múltiplos parceiros tenham outras DST associadas. As pessoas diminuem a infecção pelo HPV por:- manter relacionamento com um único parceiro;
- limitar o número de parceiros sexuais;
- se relacionando com parceiro que não teve nenhum ou poucos parceiros. Todavia, mesmo pessoas com único parceiro na vida pode estar contaminado pelo HPV;
- vacinação dos adolescentes para HPV e para casos recidivantes.