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Sintomas do trato urinário inferior

O LUTS são os sinais e sintomas que são relatados pelos pacientes ou que o médico pergunta para melhor quantificar seu hábito urinário.

Sintomas do trato urinário inferior

Os sintomas do trato urinário inferior (LUTS) são os sinais e sintomas que são relatados pelos pacientes ou que o médico pergunta para melhor quantificar o hábito urinário do paciente investigado. Geralmente, as pessoas se acostumam da maneira como estão urinando e por isso, é comum relatarem ao médico que urinam bem. Estes sinais e sintomas vão ocorrendo lentamente e por essa razão, as pessoas acham que urinam bem. Entenda quando você tem que se preocupar? Pode estar afetando sua bexiga.

Portanto, o médico deve orientá-lo que quando urinamos bem, o fazemos de maneira rápida e sem qualquer tipo de esforço. O jato é forte com esvaziamento vesical rápido. Geralmente, isto ocorre quando se é jovem. Muitas vezes, o hábito urinário denuncia nosso envelhecimento. Contudo, existem pacientes idosos que urinam muitíssimo bem. Por outro lado, um jovem que urina com frequência aumentada de dia e de noite claramente apresenta algum problema miccional. por consequência, deve ser investigado para seu correto diagnóstico.

 

Erro comum sobre o LUTS

Nos homens é comum pensar que o problema está ocorrendo na próstata, mas o foco deve ser a investigação do trato urinário inferior, ou seja, a bexiga, a próstata e a uretra. Assim, mulheres podem ter inclusive obstrução do trato urinário inferior tão grave quando os homens. O diagnóstico é fundamental para o tratamento. As vezes, a causa pode ser um problema neurológico da bexiga ou algum estreitamento na uretra. Portanto, só se tem bons resultados no tratamento com o adequado diagnóstico.

 

Sintomas do Trato Urinário Inferior

Lower Urinary Tract Symptoms (LUTS) ou Sintomas do Trato Urinário Inferior são sintomas subjetivos e objetivos que indicam uma doença ou uma mudança na condição miccional percebida pelo paciente, acompanhante ou parente. Portanto, o LUTS é um termo inglês que os médicos usam para descrever o hábito urinário do paciente. É aceito mundialmente pelas sociedades médicas especializadas. Estes sintomas podem levar o paciente a procura de um profissional de saúde. Os sintomas urinários são qualitativos.

Por outro lado, os sinais urinários são quantitativos das alterações miccionais que estão ocorrendo no trato urinário inferior, podendo desta maneira verificar os sintomas e quantificá-los. Assim, perda de urina ao tossir, a frequência da micções, o volume que se urina em cada micção, se há urgência para urinar quando se percebe a vontade, quantos protetores de perda de urina são usados durante o dia no caso da incontinência urinária, etc.

 

Classificação dos sinais e sintomas do LUTS

A International Continence Society em 2002 definiu os termos usados para classificação dos sinais e sintomas do trato urinário inferior mensurados pelo IPSS. Desde então, estes termos foram universalmente adotados pelos médicos para descrever as mudanças que são observados na micção dos pacientes.

Os sintomas do trato urinário inferior foram divididos em três grupos de sintomas:

    • Os de armazenamento

    • Os sintomas miccionais ou que ocorrem durante o jato

    • Os pós-miccionais

 

1. Sintomas miccionais de armazenamento:

Estes sintomas mostram que está ocorrendo alguma irritação no trato urinário e são os sintomas que mais frequentemente incomodam os pacientes. Além disso, na maioria das vezes é a causa da procura médica. São eles:

    • Polaciúria. Aumento da frequência diurna. A pessoa urina muitas vezes durante o dia

    • Noctúria. Quantas vezes acorda a noite para urinar

    • Urgência. É a queixa de um desejo súbito de urinar que é difícil de adiar.

    • Incontinência urinária. Qualquer perda de urina involuntária

    • Incontinência urinária aos esforços

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A incontinência urinária pode ser melhor classificada quanto a sua forma de perda em:

    • Incontinência urinária de esforço (stress incontinence). É a queixa de perda urinária involuntária ao esforço físico, espirro ou tosse.

    • Urge-incontinência. É a queixa de perda de urina involuntária acompanhada por ou precedida de urgência miccional.

    • Incontinência urinária mista. É a queixa de perda urinária involuntária associada com urgência e também com esforço, espirros ou tosse.

    • Enurese. Qualquer perda de urina involuntária. Quando ocorre durante o sono é chamada de noturna.

    • Incontinência urinária continua. É a perda contínua.

    • Incontinência urinária paradoxal. O pacientes esta na verdade em retenção urinária crônica. A bexiga pode ser facilmente palpada. A pessoa perde qualquer gota de urina que chegar a bexiga dos rins. A bexiga está descompensada e ao comando miccional a uretra prostática não se abre para sair o jato urinário. Portanto, estes pacientes vivem de fraldão.

    • Outras perda de urina. Durante o coito ou quando ri.

 

2. Sintomas miccionais que ocorrem durante o esvaziamento da bexiga

Sintomas que ocorrem durante a fase miccional. Assim, eles mostram que está ocorrendo alguma obstrução ao jato urinário. São eles:

    • Jato fraco. O jato ficou mais fraco que antes ou em comparação com outras pessoas.

    • Jato dividido ou espalhado durante a micção.

    • Jato interrompido ou intermitência. Para e aumenta, ou diminui e aumenta durante a micção.

    • Hesitância. Dificuldade para iniciar o jato resultando em atraso miccional.

    • Esforço miccional. Descreve o esforço muscular usado para iniciar, manter ou melhorar o fluxo urinário.

 

3. Sintomas pós-miccionais do LUTS

Estes sintomas ocorrem logo após acabar de urinar. Portanto, eles mostram que não foi suficiente o esvaziamento da bexiga após ter urinado. Desta maneira, alguma urina deixou de sair. São eles:

    • Sensação de esvaziamento vesical incompleto

    • Gotejamento terminal. É o termo usado para descrever a parte final prolongada da micção. Assim, o fluxo diminuiu em gotejamento.

    • Perda de gotas de urina após acabar de urina. Perda involuntária de urina após ter acabado a micção, geralmente após sair do banheiro. Na maioria das vezes, é causado pela dilatação da uretra bulbar, que vai se dilatando com envelhecimento. A uretra não se contrai e acaba ficando urina neste segmento uretral. Há necessidade de se realizar uma ordenha digital por compressão da uretra bulbar que se localiza abaixo e anterior à rafe escrotal.

 

Avaliação do LUTS

Deve ser feita na primeira consulta para se avaliar as condições miccionais pelo questionário para avaliar o LUTS, é o chamado IPSS. Nos dá uma ideia sobre o hábito urinário. Ainda mais, ele pode ser refeito no seguimento do paciente para avaliar o sucesso do tratamento. Ele mostra os sintomas de armazenamento e esvaziamento da bexiga.

Além disso, pode-se aferir o volume e a quantidade de vezes que o paciente teve que ir urinar de dia e a noite quando realizado do diário miccional. Nele se coloca a hora e o volume urinada. Geralmente nos dá uma boa avaliação da frequência e volume urinado a cada 24 horas. Assim, fica bem caracterizado a capacidade de armazenamento da bexiga e avaliado as vezes que se acordou para urinar. O ideal é que seja feito por 3 dias consecutivos.

 

Investigação do LUTS

O exame físico do baixo ventre e em especial da próstata nos homens nos dá uma ideia acerca do volume e forma da próstata e pode ajudar a afastar a presença do câncer de próstata. O ultrassom tem papel fundamental para ajudar na investigação do trato urinário. É barato e eficiente, contudo precisa ter aparelho de boa definição e médico experiente com o método. Ele pode avaliar o volume de urina retido na bexiga antes e depois que o paciente é solicitado para urinar. Ele nos dá o resíduo pós-miccional, se maiores de 80mL pode indicar problema no trato inferior. Além disso, pode-se mensurar a espessura da parede da bexiga e a protrusão da próstata na bexiga. Ambas se alteradas podem indicar a gravidade da obstrução prostática.

Muitos outros exames podem ser solicitados, como urina tipo I, PSA, urofluxometria, estudo urodinâmico, exames mais sofisticados de imagem como urografia excretora, uretrocistografia retrógrada, tomografia e ressonância. A sua indicação depende do correto julgamento do urologista para melhorar o diagnóstico do paciente em avaliação. O bom diagnóstico do LUTS é fundamental para a escolha do tratamento.

 

Finalizando,

O entendimento e análise dos sinais e sintomas miccionais são muito importante para prosseguir na investigação do exato diagnóstico do que esta acontecendo no trato urinário inferior. Assim, a partir daí são solicitados os exames subsidiários para confirmação do diagnóstico. Os achados podem ser comuns ou inclusive muito raros. Portanto, uma vez descoberto se é doença da bexiga, da próstata, da uretra, ou se é uma doença com múltiplas causas, o tratamento é dirigido com maior precisão e acerto, com claros benefícios aos pacientes. Assim, o diagnóstico do LUTS geralmente é multifatorial.

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Referência

https://uroweb.org/guideline/treatment-of-non-neurogenic-male-luts/#note_5